CONQUISTA | Bradesco anuncia fechamento de duas das cinco agências na cidade; bancários e comunidade protestam

Na manhã desta segunda-feira (26), o Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região protestou contra o fechamento das agências Bradesco Maximiliano Fernandes e Shopping Conquista Sul. Restarão apenas a agência Central, a unidade onde funcionava o HSBC e a do bairro Brasil.

Para os usuários dos serviços bancários, que pagam juros e tarifas exorbitantes, duas unidades a menos representam mais tempo nas filas em busca de atendimento. Se o tempo de espera já é longo e o banco não oferece estrutura, em plena pandemia o fechamento das agências resultará no aumento das aglomerações e do risco de saúde para bancários e clientes.

“Para mim, este fechamento é errado. A gente já perde bastante tempo tendo essa agência como opção, imagina sem. Estamos precisando de mais locais de atendimento, com lugares para sentar, proteção do sol e do frio, para dar uma oportunidade melhor para os clientes” considera Ilma dos Santos, funcionária pública aposentada, que aguardava na fila.

Com o encerramento dos locais de trabalho, os funcionários estão apreensivos com a possibilidade de demissões injustificadas, prática comum no Bradesco. Somente no último ano, o banco desligou quase 9 mil bancários em todo país.

Aos trabalhadores que permanecem, sobram cobranças de metas abusivas, sobrecarga de trabalho e o consequente adoecimento físico e mental. Tudo isso faz do Bradesco uma das empresas do setor financeiro que mais apresentam casos de adoecimento decorrente do trabalho.

O fechamento das agências não se justifica. Em 2020, um ano marcado pelo flagelo da Covid-19, pela crise econômica e pelo desemprego de milhões de brasileiros, o Bradesco lucrou cerca de R$ 20 bilhões. Somente no primeiro semestre deste ano, o banco já embolsou R$ 6,515 bilhões à custa da exploração da população.

“O Bradesco demonstra sua falta de respeito com clientes e funcionários ao fechar duas agências na cidade, em pleno período de pandemia, forçando as pessoas a se aglomerar ainda mais nas portas das agências que restarão, justamente no período em que é preciso manter distância enquanto esperam por atendimento do lado de fora das unidades. Mesmo mantendo lucros bilionários, o banco revela o seu lado mais ganancioso ao não se importar com a vida das pessoas e priorizar o lucro acima de tudo”, afirma Leonardo Viana, presidente do Sindicato dos Bancários. | imagens: Sudoeste Digital.


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