CONQUISTA | Bióloga Fernanda Andrade fala sobre a importância da doação de córneas

Imagem TRIBUNA LIVRE: Representantes do Hospital de Olhos de Conquista falam sobre a importância da doação de córneas

SUDOESTE DIGITAL (Conteúdo) – A bióloga Fernanda Andrade fez o uso da tribuna livre na Câmara de Vereadores, nesta quarta-feira, 11, para falar sobre doação de córneas. Segundo Fernanda, somente na Bahia 605 pessoas aguardam na “fila única” por um transplante.

Ela falou um pouco sobre como é o transplante das córneas e afirmou que o Hospital de Olhos de Conquista (HOC) está promovendo vários eventos de conscientização, além da verificação de pressão ocular e aferição de glicemia e pressão arterial.

Fernanda também afirmou que nos próximos eventos haverá ações de conscientização do cuidado com as córneas.

Também fazendo uso da tribuna, representando o HOC, Thiago Azevedo falou um pouco sobre a história do hospital e ressaltou que no passado, foi a unidade que mais fez transplantes na Bahia e que neste ano já foram feitos 200 transplantes de córneas.

Por fim, Thiago também salientou que o HOC vai inaugurar o primeiro banco de olhos do Estado da Bahia, até o meio do próximo semestre, com atendimentos pelo SUS, fazendo com que seja zerada a fila de transplantes.

Doação de Órgãos e Transplantes

A Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), enfatiza que doação de órgãos é o mais sublime ato de amor à vida. O Brasil se destaca mundialmente pelo número de transplantes realizados, bem como por possuir o maior sistema público de transplantes, assegurando a realização de todos os procedimentos de transplante pelo SUS.

Além disso, temos legislação sólida que normatiza todas as atividades de captação, doação e transplantes de órgãos e tecidos no país, o que imprime ao sistema mais transparência e credibilidade.

Como funciona a “fila única”?

A Sesab informa que é muito importante que as pessoas saibam como funciona a assim chamada “fila única”. Quando ouvimos esta expressão naturalmente pensamos na fila de entrada do cinema que respeita a ordem de chegada do espectador para entrar na sala.

No caso dos transplantes este termo é impróprio pois as coisas não são exatamente como na fila do cinema e é esta a maior causa de confusão, até para os próprios pacientes. Vejamos como funciona a lista no caso dos transplantes.

A cada vez que surge um doador a Central é informada e processa a seleção dos possíveis receptores para os vários órgãos. Esta seleção leva em conta o tempo de espera para o transplante, o grupo sanguíneo, o peso e altura do doador, com nuanças próprias para cada órgão.

Só isto faz com que nem sempre o mais antigo (o que chegou primeiro na fila do cinema) fique em primeiro lugar na “fila” daquele doador. Além disso, é preciso levar em conta alguns exames feitos no doador para ver se ele é portador de infecções, como por exemplo, as hepatites por vírus B ou C.

Caso um desses exames seja positivo as equipes não aceitam os órgãos para transplantar receptores negativos para a tal infecção pois isto representa um risco de contaminar o receptor com uma doença que colocará em risco sua saúde. Nesses casos algumas equipes aceitam os órgãos para transplantá-los em receptores que tenham a mesma infecção e estes podem não ser os primeiros da “fila”.

Outras vezes o receptor que foi selecionado em primeiro lugar pode não estar momentaneamente em condições de receber um transplante em conseqüência de complicações clínicas ou não pode ser localizado, não quer ser transplantado naquele momento, etc e portanto, para aquele doador ele é preterido.

Algumas vezes a equipe médica responsável pela realização do transplante não está disponível (acontece em feriados prolongados, época de Congressos das especialidades) e o paciente selecionado não pode ser transplantado. Enfim são várias as razões que fazem com que a “fila única” para o transplante seja diferente da fila única do cinema.

O importante é saber que se ele não for transplantado com aquele doador ele não perde o seu lugar na lista. É como se ele saísse da fila do cinema e voltasse noutro dia, seu lugar do dia anterior, estaria reservado para ele. Isto não acontece na fila do cinema.

Sem entender estas coisas não será possível para a sociedade acompanhar o progresso da “lista única” para os transplantes com órgãos provenientes de doadores cadavéricos, onde cada caso é um caso e deve ser tratado isoladamente.


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