Na manhã desta sexta-feira (18), os movimentos sociais e sindicatos que compõem o Fórum Sindical e Popular de Vitória da Conquista realizaram o ato “Despejo Zero” em frente à Prefeitura.
A manifestação reivindicou ao poder municipal uma política pública de habitação que contemple a população carente de Conquista e o fim das desocupações truculentas dos assentamentos da cidade. O ato faz parte de uma campanha nacional, realizada e articulada em diversos municípios para cobrar a prorrogação da ADPF 828, que impede despejos na pandemia.
Na última semana, a Prefeitura de Conquista – com apoio da Polícia Militar e da Guarda Civil Municipal – demoliu barracos, destruiu plantações, pertences e alimentos dos moradores do Acampamento Terra Nobre. Este foi o segundo ataque ao assentamento, que resistiu à primeira investida ocorrida no ano passado.
A representante do Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD), Iranilde Marinho, afirma que desde 2017 o município não possui uma política de habitação. “Hoje estamos promovendo o ato Despejo Zero, em Vitória da Conquista. Contudo, além da mobilização nacional, estamos reivindicando a pauta por moradia. Não existe diálogo com os movimentos e a solução que eles apresentam é o envio de tratores, da Guarda Municipal e de policiamento para cima das pessoas.
O número de famílias sem moradia aumentou durante a pandemia, pelo desemprego e por dificuldades financeiras, e esses cidadãos não têm outra solução a não ser ocupar. Neste sentido, estamos reivindicando hoje uma pauta com a prefeita, para que ela sente com os movimentos sociais e venha a dar um destino, com habitação de verdade, para essas famílias”, afirmou.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região, Leonardo Viana, condenou os ataques da Prefeitura contra o Acampamento Terra Nobre e cobrou uma solução adequada para os desabrigados.
“É mais que justo que o município de Vitória da Conquista promova uma justiça social para essas famílias, a fim de conseguir fornecer uma moradia digna para essas pessoas. Condições, nós sabemos que existe, falta vontade política. Por isso que estamos aqui, junto com o Movimento AsTerra, o MDT, o MLB, o Fórum Sindical e Popular de Conquista, para pressionar o governo para que empreenda políticas efetivas de construção de habitação popular”, concluiu.
