Suspeito de atear fogo em casa e matar cinco pessoas da família em Feira de Santana (a 109 quilômetros de Salvador), Gilson de Jesus Moura atribui o crime a um surto provocado possivelmente por um remédio usado para ejaculação precoce. “Meus filhos eram tudo para mim, foi um surto. Eu não bebo, não fumo, mas eu estava tomando remédio controlado, porque eu tenho problema de ejaculação precoce e o médico receitou uns remédios”, afirmou.
Ele ainda afirmou, ao site Acorda Cidade, que o medicamento tinha acabado e que ele “tinha que voltar ao médico para ele passar novos remédios, mas eu estava esperando passar as festas e, de repente, só pode ter sido por causa disso, esse surto, porque eu não tinha motivo”.
O homem foi preso na manhã desta sexta-feira, 6. Gilson nega que tenha planejado o crime. Ele alega que comprou o combustível para colocar em uma moto e também nega que tenha discutido com a mulher Ana Cristina de Jesus Moura, que sobreviveu ao incêndio junto com a filha Aila Daniela de Jesus Moura, 3 anos.
“Do nada peguei o combustível que estava no fundo do carro, que era para colocar na moto. Nada foi planejado, não houve discussão, não houve nada, eu não sei explicar. Eu não disse que iria matar ela depois do Ano Novo”, contou.
Vizinhos e parentes relataram que o comerciante discutia com frequência com Ana Cristina por conta de ciúmes e desentendimentos com a enteada Emile de Jesus Moura, 16 anos. Essa versão também é negada pelo suspeito. Ele afirma que a jovem morava com o marido e era ajudada financeiramente pela mãe e por ele quando precisava.
Emile, que estava grávida de cinco meses, tinha um filho, Enzo, de 1 ano. Mãe e filho estavam no imóvel incendiado por Gilson e morreu na ocasião ao lado dos filhos do comerciante: Thays, 13 anos, Carlos Alexsandro, 9 anos, e Xayane Vitória, 8 anos. Eles estavam em um quarto que foi trancado pelo suspeito após atear fogo no local.
Ana Cristina e Aila, que sobreviveram, estavam em outro quarto e conseguiram sair da casa com ajuda dos vizinhos. Elas estão internadas em estado grave no Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador.