SUDOESTE DIGITAL (Da redação) – A Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) voltou a se pronunciar sobre denúncias de assédio moral supostamente cometidas contra três jornalistas do Sistema de Rádio e Televisão Educativas (Surte/Ascom). Em recente documento, encaminhado à imprensa, a instituição se comprometeu em investigar as denúncias, embora não declare abertamente tal fato, nem estipule data de início, comissão de sindicância e período para eventual conclusão da apuração.
Na última linha do documento, informa tacitamente que “durante a apuração das denúncias, a direção do Surte/Ascom será exercida pela publicitária Cíntia Garcia”, sem informar os nomes do que devem ser afastados para manter a isenção e não prejudicar a apuração.
Depois de sair em defesa dos profissionais citados na denúncia, na primeira nota pública, a reitoria lançou novo documento, nesta terça-feira (7), afirmando serem falsas “as informações que têm sido colocadas em circulação no início da presente semana, que afirmam: ‘Uesb ataca Sinjorba e se nega a investigar denúncia de assédio moral no Surte/Ascom'”.
ENTENDA O CASO
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Segundo a instituição, em Ofício encaminhado ao Sinjorba, datado de 02 de março de 2023, a reitoria da Uesb teria afirmado categoricamente que “quaisquer denúncias ou reclamações que venham a ser apresentadas, devidamente identificadas e fundamentadas, junto a esta instituição, que apontem indícios de irregularidades e desrespeito ao trabalhador – ou quaisquer outras – serão devidamente apuradas e investigadas”.
Ainda na nota, a reitoria diz repudiar “veementemente o assédio moral no ambiente de trabalho e fazemos de tal postura um compromisso ético inegociável”. No mesmo documento a instituição rebate acusações e esclarece que “a Uesb não atacou o Sinjorba e nem tem por prática atacar entidades dedicadas à defesa do trabalhador”.
O posicionamento adotado pela Reitoria – no mesmo Ofício – se limitou a apresentar o estranhamento desta administração frente aos procedimentos adotados por aquela Entidade que encaminhou documento à Uesb, com apresentação de supostas denúncias, em 01 de março de 2023 e, simultaneamente, “sem dar oportunidade a qualquer resposta, argumentação ou contraposição, [fez] publicar em seu site (https://sinjorba.org.br), matéria ‘jornalística’ em caráter de denúncia estrondosa, que seria depois, rapidamente replicada em diversos sites e órgãos de notícia”. – reitoria.
LEIA O RESTANTE DA NOTA DA UESB – A apuração de denúncias, de irregularidades, no âmbito da administração pública, depende de procedimentos legais (sindicância ou processo administrativo disciplinar), que devem ser conduzidos com respeito aos denunciantes e assegurado o direito de defesa e do contraditório dos denunciados. São instrumentos de investigação e apuração, e não de culpabilização sumária.
Esclarece, ainda, que a Universidade recebeu as denúncias e reclamações divulgadas pelos veículos de imprensa, quanto ao assédio moral supostamente ocorrido, somente no dia 03 de março e as mesmas serão apuradas, nos termos éticos e legais, mediante a instauração do competente procedimento de sindicância, a ser conduzido por uma comissão designada, nos termos da legislação.