CASO DE POLÍCIA | Presa em SP conquistense que comandava tribunal do crime pelo PCC

SUDOESTE DIGITAL (Da redação)* – A polícia de São Paulo prendeu Cristiane Klem de Oliveira, uma conquistense de 42 anos conhecida como “Galega” ou “Maria Machadão”, acusada de comandar o tribunal do crime do Primeiro Comando da Capital (PCC). A mulher, que possui vasta ficha criminal relacionada ao tráfico de drogas e roubo de veículos no Sudoeste da Bahia, já esteve presa em Jequié e atualmente erstava em liberdade. Ela foi presa no ABC paulista.

A informação da prisão, na tarde desta quinta-feira, 7, foi confirmada pelo delegado-geral de polícia civil de SP, Osvaldo Nico. A história de Cristiane é marcada pelo exploração de mulheres para o sexo, passando a ser algo que há mais de seis anos virou uma fonte de renda dentro do Conjunto Penal de Jequié, onde as visitas íntimas passaram a ter caráter mercenário sob o agenciamento dela.

A denúncia de uma das garotas, após deixar a prisão, foi o começo do fim do esquema. Ela deu origem à Operação Bataclan, deflagrada no dia 22 de maio de 2019 pela Polícia Civil, e que apura até mesmo tortura contra as custodiadas.

Comando e facção

RELEMBRE – No presídio, a criminosa, que descende de família polonesa, comandava a ala feminina para a facção baiana TDO2, ligada, segundo a Polícia Civil, ao PCC, organização criminosa paulista e a mais forte do Brasil.

Dentro da mesma unidade prisional, na ala masculina, estavam criminosos da TDO2, um deles o líder da facção em Jequié, Sandro Santos Queiroz, conhecido como Real ou Doideira. As presas eram agenciadas para Sandro e outros membros da facção.

Além dos programas, pelos quais eram pagos de R$ 50 a R$ 100, a depender do que seria feito, Galega negociava para as presas a venda de drogas, celulares, chips, carregadores, roupas femininas íntimas e básicas, material de higiene e maquiagem.

Combinado pelo zap

O programa era combinado antes pelo celular, via aplicativo WhatsApp, e eles aconteciam durante as visitas externas, que ocorrem das 8h às 16h, às sextas e domingos, quando também podem ser feitas visitas íntimas.

A Polícia Civil, que investigou esquema de Galega por 26 meses, não soube informar o quanto ela lucrou nesse tempo, nem se ela repassava algum valor para as detentas que eram exploradas – quem não participasse, era castigada ou torturada.

Depois de descoberto o esquema, Galega acabou sendo transferida para o Conjunto Penal de Juazeiro, no Norte da Bahia, por determinação judicial. A mulher que nasceu e se criou no bairro Patagônia, em Vitória da Conquista, já foi condenada a mais de 7 anos de prisão em regime fechado e sempre apronta nas prisões por onde passa – ela já ficou presa também em Vitória da Conquista. |*com informações de pesquisas em sites de notícias policiais.


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