CASO DE POLÍCIA | Influenciadores são presos suspeitos de estimular apostas ilegais

Dois influenciadores digitais foram presos, de forma temporária, suspeitos de divulgar, fomentar e estimular a prática de jogos ilegais, realizados por meio de plataformas com operações não autorizadas no Brasil.

A informação foi divulgada em coletiva de imprensa da Polícia Civil de Minas nesta quinta-feira (27/2). A ação faz parte da operação JackPot, que visou o cumprimento de mandado de prisão e busca e apreensão na residência dos dois influenciadores digitais na última quarta-feira (26/2). Os investigadores suspeitam que os indivíduos façam parte de uma organização maior.

A reportagem do Estado de Minas apurou que as prisões foram de Luan da BS e sua ex-namorada, Ellen Caroline, ambos de 24 anos. Os dois são influenciadores, principalmente de joguinhos de azar, e residiam em Várzea Grande, no Rio de Janeiro, e em Lagoa Santa, na Grande BH, respectivamente.

Além de influenciador dos joguinhos, Luan também é cantor de funk e acumula 1,5 milhão de seguidores apenas no Instagram. A ação contou com apoio da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Com mandado de buscas, a Polícia Civil apreendeu veículos de alto luxo, um deles avaliado em mais de R$ 400 mil, diversos aparelhos celulares e uma pistola 9 mm, e duas motocicletas, ambas de valor acima de R$ 100 mil.

Ambos os influenciadores são mineiros, sendo Ellen Caroline de Belo Horizonte e Luan da BS, de Vespasiano. Segundo apurado pela Polícia Civil, os ‘influencers’ ganhavam dinheiro com a perda de cada jogador e com base em cada inscrição no jogo de apostas ilegais por meio do link divulgado no instagram.

As contas continuam ativas nas duas redes sociais. A plataforma mais divulgada por eles era o jogo do Tigrinho. Estima-se que os dois influenciadores tenham movimentado cerca de R$ 500 mil. Para incentivar os seguidores a participar dos jogos, os suspeitos divulgavam ganhos exorbitantes supostamente relacionados aos jogos e compartilhavam o próprio estilo de vida extravagante.

Segundo o delegado Anderson Kopke, os influenciadores compartilhavam seus imóveis de luxo em condomínios fechados e carros caros nas redes sociais. Como resultado, as imagens acabam seduzindo o seguidor mal informado, que começa a jogar, sem saber a verdadeira origem do dinheiro.

“Nesses jogos geralmente há uma divulgação de que a pessoa tem facilidade de ganho. Esses dois influenciadores estavam sempre divulgando nas redes sociais que estavam ganhando elevadíssimos valores, então é uma divulgação de ganhos que a gente tá investigando, mas são irreais. Mas que uma pessoa em fragilidade emocional acredita“, afirma.

A prisão é temporária e tem duração de cinco dias. As investigações começaram em outubro de 2024 e foram motivadas enquanto os policiais seguiam o ‘rastro do dinheiro’. Os mandados de prisão foram emitidos em janeiro. As investigações continuam com a intenção de descobrir quem está por trás dos suspeitos. Os influenciadores são suspeitos de cometer exploração de jogo de azar, estelionato e lavagem de dinheiro.

O Estado de Minas tentou contato com a defesa dos dois influenciadores e até o fechamento desta matéria não obteve retorno. O espaço continua aberto. | EM.


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