CAOS NA SAÚDE | Hospital de Itapetinga fecha pronto-socorro após “calote” de R$2 milhões; Prefeitura contesta e emite nota


Três tentativas renegociações de dívida milionária, três tentativas de calote da Prefeitura de Itapetinga. Essas foram quantidades de vezes que a prestadora de serviços hospitalares, a Fundação José Silveira gestora do Hospital Cristo Redentor (HCR), sentou a mesa de negociação com o poder Executivo para solucionar o impasse de uma dividida de quase 2 milhões de reais para manter os serviços de atendimento médico ambulatorial de urgência e emergência a população do município.

O problema é que a Prefeitura de Itapetinga está  abusando no dito popular: “Devo, não Nego, Pago Quando Puder”, mesmo com dinheiro disponível para pagamento da dívida com a Fundação José Silveira, de uma arrecadação de mais de R$ 18 milhões ao mês.

A gestão municipal brinca com serviço tão essencial em salvar vidas, ao colocar a população em risco por não querer pagar uma dívida com prestadora de serviço hospitalar.

Com o Pronto Socorro fechado, o Hospital Cristo Redentor deixa de atender pacientes que estejam em estado de Urgência ou Emergência.

São pessoas que correm risco eminente de vida, como acidentados, suspeita de infartos, derrames, apendicite, pneumonia, fraturas, entre outras complicações.

É isso que está em jogo: são vidas humanas enquanto a Prefeitura de Itapetinga tenta uma queda de braço com a Fundação José Silveira, mesmo sabendo que neste episódio desesperador para população da cidade o errado é que deve e não paga.

O calote à instituição hospitalar teve inicio na gestão Hugo Souza à frente a Secretaria Municipal de Saúde. Com a queda do secretário Souza em janeiro deste ano, assumiu Rosania Rabelo que entrou na Saúde de Itapetinga com a promessa de quitar a dívida sob cobrança de fiscalizar a Fundação Silveira no atendimento a população. Tudo indica que ficou na promessa.

A Fundação gestora do Hospital Cristo Redentor é uma instituição privada em prestação de serviços ao público de Itapetinga e cidades da região. Se não recebe pelos serviços hospitalares dos órgãos públicos é óbvio que será suspenso até o pagamento da dívida. É assim em qualquer instituição gestora para qualquer serviço prestado em qualquer lugar do mundo.

Mas como estamos em Itapetinga, o assunto que envolve vidas absurdamente é tratado como politicagem. Desde anúncio da Fundação José Silveira do fechamento do Pronto Socorro do HCR, na manhã da terça-feira (27), uma mobilização nos bastidores do poder municipal é usar a mídia local: rádio, locutores e blogueiros para lançar ataques contra a gestora do hospital com intenção de colocar a população contra a Fundação privada.

Como, por exemplo, afirmar que o fechamento do Pronto Socorro se trata de uma pressão para renovar contrato com reajuste com o poder público, com um detalhe, jamais mencionar que exista uma dívida milionária da Prefeitura com a Fundação. | as informações são do idenuncias.com

O site Sudoeste Digital fez contato com a Prefeitura de Itapetinga e recebeu a seguinte nota:

No dia 25 de março, o prazo do contrato existente entre prefeitura de Itapetinga e Fundação José Silveira foi encerrado. Inicialmente, a prefeitura propôs um aditivo de prazo no contrato entao extinto. No entanto, insatisfeita com o serviço oferecido pela fundação e diante sua recusa em assinar o aditivo proposto, o poder público decidiu, nesta quinta-feira, 30, não prorrogar o contrato (que teve aditivo tornado sem efeito) com a FJS e debater, posteriormente, a possibilidade de renovação do vínculo, enquanto busca soluções para oferecer melhor assistência à saúde.
Na última quinta-feira, 13, em reunião com o Ministério Público, o município se comprometeu a mandar uma nova proposta à Fundação. O documento foi enviado na sexta-feira e, antes de obter qualquer resposta, a Fundação encerrou os atendimentos no Pronto Socorro.
A partir de agora, os serviços de Pronto Atendimento serão realizados pela UPA. A unidade já recebeu reforço na equipe (novos médicos foram contratados e a equipe de enfermagem foi dobrada) e seguirá atendendo 24 horas por dia, durante os sete dias da semana. Os postos de saúde e toda a rede de atenção primária também passaram por uma reestruturação para organizar o fluxo, acolher a nova demanda e evitar superlotação na UPA.
“Há anos, a gente vinha mantendo um serviço deficitário. Os pacientes chegavam ao hospital e precisavam aguardar regulação para atendimentos simples que deveriam ser prestados no município, de forma imediata. A prefeitura não estava satisfeita com o serviço pelo qual ela pagava, mas a população não recebia. Com o fim do contrato, decidimos, então, buscar alternativas para assistir o nosso povo de forma direta. Seguimos reavaliando o fluxo e aperfeiçoando o atendimento. Em breve, os itapetinguenses poderão contar com um serviço hospitalar mais completo, confiável e mais humanizado, que ofereça conforto, segurança e faça, de fato, saúde pública no município”, explicou a secretária Rosania Rabelo.


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