“CÃES DOPADOS” (Vídeo) | Ativistas farão protesto em frente ao Bompreço para cobrar respostas sobre os animais sedados no estacionamento

Um grupo de ativistas em defesa dos animais anuncia um protesto em frente ao Hiper Bompreço, na zona leste de Vitória da Conquista, às 19 horas de sábado, 19, para cobrar posicionamento a respeito dos cães que foram sedados por funcionários terceirizados no estacionamento interno da empresa.

Segundo denúncias, no último dia 15, os animais teriam sido “dopados” por homens a servuiço de uma empresa especializada no combate de pragas. Em postagem nas redes sociais, uma pessoa que se identificou como músico Plácido Mendes, disse ter flagrado a ação de maus tratos aos animais. Um vídeo também foi publicado. Conteúdo original em: https://www.instagram.com/adoteanimaisvdc/

VEJA O VÍDEO POSTADO EM REDES SOCIAIS SOBRE O ASSUNTO

               

De acordo com a direção do Hiper, os animais estariam atacando clientes e que a empresa realiza a captura dos cães para enviar a uma ONG em Salvador. Os defensores contestam e sustentam que não foram acionados ou sequer foram contactados.

Ainda segundo os ativistas, os cães desapareceram após as ações da empresa terceirizada. “Queremos saber para onde os animais foram levados e qual o estado de ada um deles”, cobram.

LEIA O QUE FOI PUBLICADO EM SUDOESTE DIGITAL.

“Ao questionar o que os homens faziam com os animais, um deles respondeu que se tratava de um serviço que o Bompreço havia contratado para transportar os cães para uma ONG em Salvador, já que estavam atacando os clientes da loja”, escreveu.

“Os dois pareciam bem irritados com meus questionamentos, só responderam que se trata de uma ONG credenciada, legalizada e que a empresa não sujaria o próprio nome, disse novamente. Observei as marcas em seu uniforme: ORKIN e BRASPRAG. Pesquisando, descobri ser uma empresa de combate a pragas que, na Bahia, atua apenas na capital”, declarou o denunciante.

O músico ainda buscou a gerência do supermercado. “Eles disseram que a Prefeitura alegou que nada poderia fazer sobre os ataques aos clientes, nem mesmo nós poderíamos tomar uma atitude com os cachorros, então contratamos uma empresa para isso. Essa ONG (ORKIN) é credenciada, legalizada”, finalizou.

Em contato com o Sudoeste Digital, a direção do Bompreço encaminhou nota, onde se posiciona sobre os fatos. A Prefeitura de Conquista também se manifestou. Veja posicionamos a seguir:

Posicionamento ao Sudoeste Digital – Hiper Bompreço

O Hiper Bompreço esclarece que o fornecedor contratado para transportar e capturar os cachorros para entidades de proteção animal não teve uma atitude idônea ao não seguir os procedimentos e políticas estabelecidas em contrato. Desta forma, a companhia ressalta que o contrato foi prontamente cancelado e que todas as providências cabíveis estão sendo tomadas com relação ao tema. A empresa esclarece, ainda, que nenhum cachorro foi capturado e que já está em contato com as ONGs citadas anteriormente para esclarecimento da situação. A companhia está à disposição para colaborar com os grupos de prevenção e órgãos competentes da cidade em ações ligadas à Proteção Animal em Vitória da Conquista.

No início da noite a Prefeitura de Conquista também se manifestou. Em nota encaminhada à imprensa, exime-se da responsabilidade sobre a apreensão dos animais em situação de rua. veja nota abaixo, na íntegra.

NOTA À IMPRENSA

Prefeitura não é responsável pela apreensão de animais de rua

A apreensão de animais nas ruas da cidade é definida pelo o Artigo 232, da Portaria de Consolidação 05/2017 do Ministério da Saúde, que prevê “ações e serviços públicos de saúde voltados para a vigilância, a prevenção e o controle de zoonoses e de acidentes causados por animais peçonhentos e venenosos, de relevância para a saúde pública”.

Além disso, o Manual de Vigilância, Prevenção e Controle de Zoonoses, publicado pelo Ministério da Saúde,  prevê que o setor de Controle de Zoonoses “só deve apreender ou capturar animais que, de fato, ofereçam risco iminente de transmissão de zoonose de relevância para a saúde pública, de importância no contexto epidemiológico do território de atuação”. 

Ou seja, animais infectados por doenças transmissíveis, como a leishmaniose e a raiva. A Secretaria Municipal de Saúde informa que, de acordo com dados da Vigilância em Saúde, não há nenhum caso de raiva canina ou felina notificado nos últimos anos em Vitória da Conquista.

A Prefeitura de Vitória da Conquista criou o Serviço de Controle de Zoonoses que mantém convênio com clínica veterinária. Já foram castrados 560 animais como forma de controle do aumento do número de animais nas ruas da cidade. É, ainda, parceira da AMA, Associação Amiga dos Animais, uma ONG que abriga cães e gatos, e os entrega para adoção.

No momento, a AMA está lotada.

A implantação do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) é uma das prioridades desta Administração, mas irá obedecer as diretrizes nacionais no cuidados com os animais. O município já possui um terreno destinado para a construção do Centro, dentro das especificações técnicas requeridas, além da planta baixa da construção.

A questão ocorrida em um hipermercado em Vitória da Conquista é fato que se dá em estabelecimento privado, e a Prefeitura informa que não tem autoridade para atuar nesses locais.

Vale ressaltar que qualquer caso de maus-tratos a animais deve ser  notificado à polícia.


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