Por Vitor Silva* – A meningite continua sendo uma preocupação de saúde pública na Bahia. Somente em 2025, já foram registrados 49 casos da doença, com seis óbitos confirmados, segundo dados da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab).
No ano passado, o estado contabilizou 446 casos, dos quais 115 foram do tipo bacteriana — considerado o mais grave. Em 2024, a meningite foi responsável por 24 mortes em território baiano.
Salvador lidera o ranking de registros, com 152 ocorrências. Em seguida vêm Feira de Santana, com 17 casos, e Vitória da Conquista, com 16, refletindo a predominância nas maiores cidades baianas.
A infectologista Lorena Galvão, em entrevista à Tribuna da Bahia, explicou que existem diferentes tipos de meningite, sendo as formas infecciosas — causadas por vírus ou bactérias — as mais frequentes.
“As meningites bacterianas, que são as mais graves, são transmitidas de pessoa para pessoa, principalmente por contato com secreções respiratórias, como gotículas, secreções do nariz e da garganta”, explicou. Já as virais podem ser transmitidas de maneiras variadas, dependendo do vírus causador.
Entre os sintomas mais comuns estão dor de cabeça, febre, vômitos e rigidez na nuca. “Na meningite meningocócica, manchas pelo corpo também podem aparecer”, acrescentou a especialista.
O diagnóstico é feito por meio da análise do líquor, o líquido que envolve o sistema nervoso central. O tratamento varia conforme o tipo da doença: enquanto as formas virais exigem apenas hidratação e medicamentos para alívio dos sintomas, os casos bacterianos requerem o uso de antibióticos venosos e, em alguns casos, corticoides.
Galvão alertou ainda que a meningite pode deixar sequelas neurológicas graves, como surdez, problemas de visão, dificuldades de aprendizagem e crises convulsivas. “Em alguns tipos, pode ocorrer até a amputação de membros”, afirmou.
A boa notícia é que a maioria das bactérias responsáveis pela doença pode ser prevenida com vacinas oferecidas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Estão disponíveis as vacinas Pentavalente (que protege contra o Haemophilus influenzae tipo B), Pneumocócica 10-valente, 13-valente e 23-valente, além das meningocócicas C e ACWY. Na rede privada, também há vacinas adicionais, como a Pneumocócica 20-valente e a Meningocócica tipo B. | *Tribuna da Bahia.