Edgar da Silva Santos, de 27 anos, o Chocolate, confessou ao delegado José Bezerra, diretor do Departamento de Homicídios (DHPP), que o cabeleireiro Valdir Macário, 45 anos, foi morto, em novembro do ano passado, porque acobertava o relacionamento amoroso do irmão, Reginaldo Manoel da Silva, 45 anos, o Reginho, com sua mulher, Jucilene Alves dos Santos.
Em depoimento, ele contou ainda que o fato de Valdir ter afirmado que a tentativa de morte sofrida por Reginho, em outubro do mesmo ano, não ficaria impune também o motivou a ordenar o crime. Chocolate disse ter pago R$ 20 mil para que homens matassem Reginho. “Ele diz que o crime foi passional, foi motivado por ciúme. Mas também estava se sentindo ameaçado por Valdir”, disse o delegado José Bezerra.
Chocolate e o comparsa, Patric Ribeiro Tupinambá, 23 anos, o Bagão, foram presos na manhã dessa quarta, em Simões Filho, após denúncia anônima. No momento da prisão, Chocolate apresentou uma identidade falsa em nome de Ricardo Freitas.
Segundo o delegado, Bagão é o homem que aparece nas imagens das câmeras de segurança do salão de Valdir, na Vasco da Gama, carregando um fuzil. Mas não foi ele quem atirou no cabeleireiro, executado com tiros de pistola calibre .40. O atirador ainda é procurado pela polícia.
Além dele e de Bagão, outro criminoso participou da ação, dando suporte no momento da fuga. Ele ficou em um carro estacionado em frente ao estabelecimento. A polícia não revelou o nome do suspeito para não atrapalhar as investigações.
Voluntários
Conforme Bezerra, Chocolate revelou que não precisou pagar para que Valdir fosse morto, já que seus comparsas se solidarizaram com seu sofrimento e realizaram o crime por amizade. O delegado informou ainda que Bagão e o suspeito que atirou em Valdir não participaram da tentativa de morte contra Reginho.
Apenas dois criminosos agiram nesse crime. “Já temos o indicativo da identidade deles e estamos trabalhando para prendê-los”, disse o diretor.
Com Chocolate e Bagão, foram apreendidas duas pistolas .40 e uma espingarda calibre 12, que passarão por perícias.
O pivô da morte de Valdir e da tentativa de morte de Reginho, uma mulher chamada Jucilene, está com mandado de prisão temporária em aberto e é procurada pela polícia. Bezerra afirmou que a solicitação de sua prisão se dá pelo fato de ela não ter comparecido ainda à unidade policial.
“Precisamos ouvi-la para saber se tem participação nos crimes. O defensor dela disse que vai apresentá-la”, falou o delegado.
Ela já responde a um inquérito por tráfico interestadual e internacional de drogas, conforme versão oficial, e foi condenada a 11 anos e 8 meses de reclusão.
Liberdade
Jucilene foi presa em 2008 na companhia de Chocolate. Ele responde por tráfico de drogas e foi condenado a 19 anos e 6 meses de prisão. A condenação deles foi publicada recentemente, mas delegado não soube precisar a data. O casal respondia pelo crime em liberdade.
(Andrezza Moura / Conteúdo A Tarde)