ATÉ 2020 | Memórias do FIB 2019 na visão de quem esteve nos bastidores do evento (Jamile Duarte)*

Imagens: Laécio Lacerda


Quem
conhece Vitória da Conquista sabe que o último final de semana do mês de agosto
é dedicado ao Festival de Inverno Bahia, atualmente um dos maiores eventos de
música do Norte e Nordeste do país.

           A festa mais aguardada da cidade e região debutou
e incluiu consigo uma intensa programação de ritmos durantes os três dias do
evento que agrega gostos, bolsos e idades.

Com
uma estrutura repaginada neste ano de 2019, na 15ª edição do FIB os espaços foram
pensados para todos os estilos. Além do palco principal, onde os grandes
artistas se apresentaram, o evento contou com o Palco Arena TNT Eletro-Rock que
ofereceu uma grade com direito a rock e música eletrônica e o Palco Vila Música
Coca-Cola, antigo Barracão do Forró, em que elevou a temperatura da cidade com muita
dança coladinha.
No
trajeto para a o evento, muito trânsito e congestionamento durante os três dias
de festa. Quem deixou para ir depois das 20 horas enfrentou dificuldade para
chegar ao local. Apesar desse impasse devido ao grande número de pessoas, os
transportes particulares por aplicativo e os meios de transportes públicos
estavam acessíveis.
Além
das quatro linhas de ônibus que habitualmente fazem o trajeto  até o Parque de Exposições Teopompo de
Almeida, seis linhas foram acrescentadas para atender a demanda do público do
Festival.  Já quem preferiu ir de carro
próprio encontrou estacionamentos pagos nas intermediações do Parque.

 Ao caminhar a encontro do Parque de Exposições,
local do evento, notava-se o trabalho informal no ambiente externo com
espetinhos, bebidas, doces, hot-dog e mais. 

Ao contrário do interior do evento,
os preços dos alimentos e bebidas do ambiente externo do evento estavam bem mais
acessíveis, onde as pessoas faziam queixas dos preços. Então, o baixo custo fez
com que os amigos se reunissem para aproveitar essa área antes de adentrar na
festa.
A
animação do público que entrava no evento era enorme. Apesar da baixa
temperatura da cidade, a expectativa de ver os grandes artistas brasileiros
aquecia mais que casacos, cachecóis e botas das composições de roupa do
pessoal. 

Na entrada, os stands interativos de marcas e empresas parceiras eram
diversos, além dos ambientes para fotos e do tradicional copo colorido que é
distribuído todos os anos e já virou uma atração do evento.
O
Camarote VIP SKYY VOSKA, por sua vez, possuía todo o conforto que o Festival
merece, oferecendo serviços de maquiagem, massagem, gastronomia, lounges, dentre outros. A visão
privilegiada do Palco Principal era exclusiva e, nos intervalos entre os shows
principais, outras bandas se apresentavam no palco estruturado dentro do
camarote para proporcionar uma festa agitada que agrade às preferências do
público diversificado e que não gosta de ficar parado.





Na
sexta-feira, 23, aparentemente a sexta mais cheia dos 15 anos do evento, quem abriu
o evento no palco principal foi Frejat. O músico, que já havia se apresentado
no Festival de Inverno há quatro anos, deu um show de talento e cultura. O show
animou a plateia com um repertório recheado com músicas como “Amor para
Recomeçar”, além de canções da banda Barão Vermelho. Frejat também deu sua
opinião acerca da política na coletiva de imprensa, onde considerou que ela
está inerente na sociedade já que “viver é política”.
 A segunda grande atração foi o cantor Dilsinho
que estreou na cidade pela primeira vez e embalou todos com uma mistura
romântica de pagode e samba. O cantor elevou a temperatura da festa com suas
músicas autorais, além do hit “Péssimo Negócio” que foi cantada mais de uma vez
durante o show. Para encerrar o primeiro dia, a cantora Marília Mendonça,
também pela primeira vez no evento, cantou sucessos de sofrência como “Infiel”
e animou os solteiros e apaixonados com uma mistura de romance e sertanejo.






no segundo dia de evento, 24, os ingressos estavam esgotados e quem queria
vender teve a oportunidade de elevar o preço uma vez que a procura estava
grande. O Grande Encontro com Elba Ramalho, Alceu Valença e Geraldo Azevedo foram
os primeiros a se apresentar e cantaram um repertório que envolveu composições
de Zé Ramalho, Luís Gonzaga e Dominguinhos.
Durante
o show, Elba explicou de onde surgiu o nome que se refere ao trio e Alceu se
pronunciou em defesa da natureza. A poesia, sintonia e união dos cantores
encantaram o público que os acompanharam cantando as letras das músicas. Em
entrevista na coletiva de imprensa, Alceu Valença relatou a surpresa que teve
com a música “La Belle de Jour
quando viu a quantidade de visualizações que ela possuía nas plataformas
digitais.






a cantora Iza que se apresentaria no mesmo dia, não compareceu por questões de
saúde, apesar de já se encontrar em solo conquistense. A banda Trio da Huanna
que antes se apresentaria no Palco Vila Música Coca-Cola, substituiu Iza no
palco principal. Quando o anúncio foi dado pela organização do Festival, a
plateia se dividiu entre vaias, descontentamentos e alegria.
Mas,
quando a banda subiu ao palco, a energia do Festival foi grande, o que fez com
que a multidão dançasse bastante. O vocalista Luizinho contou durante o show
que se sentiu emocionado por estar cantando pela primeira vez naquele palco.
A
cantora Ivete Sangalo, veterana na grade do FIB, deu um show de simpatia,
encantos e muito agito. Além de animar o público com suas músicas, a Rainha do
Axé dançou com fã no palco, cantou com a participação de Armandinho e esbanjou
alegria que contagiou a todos.

a última atração do dia foi o cantor Léo Santana. O baiano, conhecido pelos fãs
como “O Gigante” fez todos dançarem com suas músicas atuais, além dos antigos
sucessos que eram conhecidos por grande parte do público. O show, apesar de ter
sido o quarto da noite, estava cheio e foi bastante animado. O cantor interagia
com o público a todo instante, levantando o astral do público e fazendo do
Festival, um grande carnaval.





O
último dia de festa foi marcado pela celebração da música em toda a sua
diversidade. O cantor Nando Reis, primeiro artista a subir no palco no domingo,
fez o público soltar a voz com suas músicas autorais, além de cantar canções da
sua época na banda Titãs.
No
show, o cantor homenageou a amiga Cássia Eller e se pronunciou em relação à
Amazônia, relacionando o trecho “sem ela não sou” da sua música “Sou Dela” com
a floresta. Durante a coletiva de imprensa, Nando opinou sobre a política do
país considerando-a retrocesso, pois há semelhanças entre os dois lados da
polarização brasileira.
O
cantor Wesley Safadão, subiu pela primeira vez no palco do Festival de Inverno
e embalou o público com sua mistura de forró e sofrência. Safadão também
prestou sua homenagem ao cantor Gabriel Diniz cantando canções do amigo, além
de exibir fotos de momentos dos dois no telão e fez menção à falta que ele faz
na indústria musical.
A
última atração do palco principal foi a cantora Anitta que fechou essa edição com
chave de ouro e muito rebolado. A cantora trouxe um repertório com diversos
hits de sua carreira em ritmos variados, com direito a muito funk e, também, mpb
com sua música “Você Mentiu” em parceria com Caetano Veloso.


Pela
primeira vez, o Festival abrangeu diferentes estilos musicais em uma única
edição. Os tradicionais rock e mpb das edições anteriores foram mantidos, mas
dessa vez, a sofrência, o funk e o pagode ganharam destaque, tornando 2019 no
único ano em que a disputa pelos ingressos ficou acirrada, um marco histórico
para o evento. A festa já é um dos grandes patrimônios da cidade e um evento
aguardado anualmente. Então, já estamos ansiosos e no aguardo das atrações para
o próximo ano. Até 2020, FIB.

* Jamile Duarte cursa jornalismo na Universidade do Sudoeste da Bahia (Uesb) e participa do Jornal Band News com os destaques do site Sudoeste Digital, de segunda a sexta. Cobriu o FIB 2019, para os sites www.tvsudoestedigital.com.br.br e www.tvconquista.com, sub a supervisão do jornalista Celino Souza.

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