ARTIGO | Toda vida é um risco (Padre Carlos)*

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Apostar todas as fichas no destino é a fórmula mais perfeita ou imperfeita, o certo é que temos que nos ariscar, este é o jogo da vida e dele ninguém esta imune. Ficar aí vendo a vida passar e não se arriscar não saberá nunca a alegria da vitória ou a dor e a decepção da derrota, seria como passar por esta vida sem conhecer a dor ou o sabor de viver.
É como diz o poeta: “Quem nunca curtiu uma paixão, Nunca vai ter nada, não”. Viver é se arriscar. Para você entender o significado da vida, temos que ousar, isto é, ter a coragem de disparar um tiro sem que se veja o alvo, e que pode acertar em qualquer pessoa; é uma tentativa sem certezas, é uma hipótese que se experimenta sem que se possa antever o resultado. E, não seria isto, muitas vezes, a nossa vida?

Em muitos acontecimentos da nossa vida, podemos definir desta forma. Quando estudamos sem saber se conseguiremos um trabalho, casamos sem saber se seremos felizes para sempre (mesmo que essa seja a nossa intenção), temos filhos sem saber como serão – se serão saudáveis, se serão boas pessoas (mesmo que os eduquemos para tal), se serão felizes… –, investimos num determinado projeto sem saber se será bem-sucedido, iniciamos uma viagem sem saber se será exatamente como gostaríamos que fosse…

No fundo, muito do que acontece na vida é precisamente um «tiro no escuro», uma tentativa, na maior parte das vezes bem-intencionada, cujos resultados não controlamos.

Assim, ao não controlarmos os resultados das nossas ações, estes podem ser mais ou menos positivos, mais ou menos negativos, quer na nossa própria vida, quer na vida de qualquer outra pessoa ou, mesmo, na vida coletiva.

Adotar determinadas decisões, crenças ou atitudes e, com base nelas, disparar um tiro no escuro, pode – muito certamente – ferir e fazer mais vítimas do que um único tiro certeiro, disparado de forma consciente.

Há quem não acredite no destino, mas eu acredito no destino que nós tentamos construir, não depende só da gente, a variáveis que fogem o nosso controle. Acredito que tudo na nossa vida acontece porque nós proporcionamos ou alguém proporcionou para que acontecesse.

Os acontecimentos fogem da nossa compreensão e não acontecem como a gente sempre espera que este se desenvolva. Acredito que se eu der sempre o que há de melhor em mim, a vida devolverá ou não o que há de melhor nela, apesar da probabilidade ser maior de dá certo.

A vida sempre será um cheque em branco ou um tiro no escuro. Temos que saber viver e não ter medo da vida. São justamente as incertezas que fazem as nossas utopias tonarem viáveis. O medo de não deixar um mundo melhor para os nossos filhos, nos torna mais humana.


SOBRE O AUTOR E SEU CONTEÚDO

* (Padre Carlos Roberto Pereira, de Vitória da Conquista, Bahia, escreve semanalmente para esta coluna)

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