ARTIGO | Sínodo da Amazônia: Francisco pede aos conservadores que se abram à mudança (Padre Carlos)*

Quando nos debruçamos numa leitura mais aprofundada dos temas que estão sendo tratados no Sínodo da Amazônia é que percebermos o modo concreto como se deve ver a realidade em atitude de autêntica escuta do clamor da terra e dos pobres a fim de se propor desafios e esperanças para a Igreja profética na Amazônia.

Uma escuta que implica reconhecer a Amazônia como “novo sujeito”, que deve escutar os povos indígenas e o grito dos povos indígenas em favor da “Mãe Terra”, que “tem sangue e está sangrando”, vítima de multinacionais e visões políticas que “cortaram as veias” da região amazônica.

Desta forma, na abertura do Sínodo da Amazônia, Francisco pede aos conservadores que se abram à mudança. “Se tudo continuar como antes, se passarmos nossos dias dizendo ‘é assim que as coisas sempre foram feitas’, o presente desaparece, sufocado pelas cinzas do medo e da preocupação em defender o status quo”, disse o Papa.


Diante de tantos pedidos e abordagem na rua para explicar o verdadeiro sentido deste sínodo, fui obrigado a escrever mais uma vez sobre este grande e histórico evento.

Mas, o que está discutindo mesmo em Roma nestes dias? Podemos dizer, que este sínodo tem o mesmo peso e importância que qualquer assembleia sinodal.

Nosso objetivo como povo de Deus, é a busca de caminhos para a renovação da Igreja na sua missão evangelizadora, para que seja fiel a Jesus Cristo.

É bom recordar que o sínodo é um dinamismo permanente na Igreja universal e local. Nesse processo contínuo acontecem assembleias que têm longos tempos de preparação, realização e concretização. Concretamente, esta assembleia sinodal que acontece em Roma sobre a Amazônia é um sínodo da Igreja universal, tem uma dimensão global, como tem afirmado o Papa Francisco.

O próprio título do documento de trabalho afirma o que está em questão: na Amazônia e a partir da Amazônia, os membros da assembleia presidida pelo Papa vão procurar encontrar novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral.

Por isso, não podemos isolar nenhum ponto do riquíssimo documento de trabalho. Como por exemplo: Ordenação de homens casados na Amazônia: “Temos que extrapolar essa possível orientação para toda a Igreja”.

Basta um relance pelo documento para percebermos o modo muito concreto como se deve ver a realidade em atitude de autêntica escuta do clamor da terra e dos pobres a fim de se propor desafios e esperanças para a Igreja profética na Amazônia.

SOBRE O AUTOR E O CONTEÚDO POSTADO
* (Padre Carlos Roberto Pereira, de Vitória da Conquista, Bahia, escreve semanalmente para esta coluna)

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