ARTIGO – Política não é para amadores (Padre Carlos)*

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A política não é um espaço adequada para amadorismos, ainda mais em se tratando de uma sociedade complexa como a brasileira. Com esta frase, busco definir a conjuntura que estamos vivendo nesta eleição. Seria fácil de trabalhar na política, se ela fosse uma ciência exata, se as certezas de uma eleição fossem resolvidas, como uma equação matemática. LEIA O ARTIGO DO PADRE CARLOS

Como todos sabemos, Ulysses Guimarães foi bastante importante e influente no meio político brasileiros entre as décadas de 50 a 90. O Dr. Ulysses foi, também, um grande frasista.  Suas frases são sempre citadas por políticos e analistas. Particularmente, eu gosto da citação em que ele definiu a política como as nuvens no céu, você olha e ela esta de uma forma e num estante depois, já se encontra diferente.

Assim, a política faz parte as ciências humanas, sua ação esta relacionada a capacidade dos seus personagens em se articularem, fazerem acordos e alianças. Sendo assim, definimos a política como uma área restrita para profissionais , aqueles que agem com a razão que busca de forma lógica resolver e tratar de determinado assunto.

Já os amadores da política, isto é, os que amam, que sofrem com as paixões e traições, aqueles que agem e trabalham com sentimentos não conseguiriam ser imparciais e sobreviverem sem sofrer diante das ações necessárias a serem feitas. Com isto, gostaríamos de dizer, que estes sentimentos não constam no manual do político profissional. Quem não conhece seus meios e trâmites, jamais poderá entender como a política pode ser imprevisível e impiedosa para com os amadores.

Não faz muito tempo, abordei esse assunto em um artigo, onde tratava a competência de Lula em estrategia política.  Neste, comentei como ele foi capaz de articular e propor, que o partido cortasse na própria carne, para fazer algumas alianças que foram fundamentais para manter sua candidatura competitiva. Com o registro das chapas eleitoral, e início da campanha,  gostaria de voltar a este tema.

Esta eleição é a mais curta de toda a história, ela consiste em apenas quarenta e cinco dias. Desta forma, é importante avaliar o desempenho de cada candidato e sentir como o eleitor está se posicionando. Um fato que não podemos negar, é o fenômeno da utra-direita e a estagnação de algumas candidaturas.

A campanha do PSDB, me lembra a eleição de 2009, quando o candidato do PMDB, tinha o maior tempo de televisão e não decolava. Se o quadro não alterar, teremos um segundo turno com um candidato da esquerda e o representante da estrema direita. Não acredito, que a poucos dias das eleições o quadro possa se reverter em favor do candidato PSDB.

As pesquisas tem demonstrado que o mito Lula, tem conseguido transferir os votos para Fernando Haddad, e praticamente anula as ações do Judiciário para evitar que o PT vença a disputa eleitoral. A luta por Lula Livre, conseguiu manter os eleitores em torno de uma candidatura do PT, seja Lula ou Fernando Haddad.

Há pouco tempo Lula era apenas um candidato do PT, agora é um Mito da história Brasileira. A prisão de Lula se dá ao mesmo tempo em que se realiza um dos maiores ataques a conquistas sociais dos trabalhadores e da trabalhadoras, reforça a imagem de Lula e do PT como único defensores do trabalhadores e trabalhadores, o que terá grande impacto nestas eleições.

É destaque na Mônica Bergamo nesta segunda (13) que “bancos de investimentos e grandes administradoras de fundos fizeram cruzamentos de dados, sondagens e análises e passaram a considerar, a sério, a hipótese de um segundo turno entre Jair Bolsonaro e o candidato do PT.”

Se política é realmente para profissionais, para onde iria o PDT de Ciro e o PSDB do Fernando Henrique?

(Padre Carlos Roberto Pereira, de Vitória da Conquista, Bahia, escreve semanalmente para esta coluna)

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