ARTIGO | O verdadeiro amor (Padre Carlos) *


Outro dia alguns amigos me questionaram como eu poderia definir o amor na pós-modernidade. Como eu poderia definir este sentimento e o que pra mim verdadeiramente representa? Confesso a vocês que alguns temas são difíceis de tratar, principalmente os relacionados à nossa subjetividade.

Embora não definisse naquele momento, tenho o dever de exteriorizar para vocês o que realmente é para mim o amor.

Este sentimento é muito mais do que uma palavra, está carregado de emoções e é a forma mais clara que exteriorizamos o humano que se encontra no nosso ser. Sinto a falta de uma metáfora que possa verdadeiramente definir este amor, expor este sentimento tão sublime à vista de todos, numa tentativa de contagiar aqueles que já se esqueceram do que é viver uma grande paixão. O amor tem sabor.

Lembro-me há muito tempo, um amigo que dizia que tinha gosto de comida macrobiótica, comida japonesa, de que ele se esforçava por gostar só para acompanhar a namorada nas incursões gastronômicas que tanto lhe dão prazer.

Amor é… quando se vai ao shopping passear com a esposa, quando na verdade gostaria mesmo era de ficar em casa lendo um livro ou de ir a uma festa, e dançar como se fosse a melhor coisa do mundo. Não basta ir, tem de se ter prazer em ir e partilhar aquele momento e gostar como se fosse nosso também.

Eu acredito que as pessoas que não tem esta capacidade de amar, devem viver com um vazio profundo na alma.  Há muitas pessoas que ainda não descobriram o que é amar, outras que ainda não foram amadas e ainda as que nunca conhecerão as virtudes do amor. 

Já disse que amor também poderia ser uma dor?  Mais esta dor tem gosto de vida, pois só quem passa pela dor da morte pode ressuscitar; só existirá amor, quando descobrimos em si a generosidade dos afetos que nos permitem entregar-se ao próximo.

Confesso que tenho consciência que deveria escrever mais sobre os amores desta vida e até mesmo sobre os desamores, com o encanto e orgulho de quem vivenciou tal prazer e conhecimento.

Só me resta rendei-me à indiferença com a cumplicidade de todos nós, talvez porque simplesmente estejamos esquecidos dos sabores, dos aromas, dos gestos e dos olhares que o amor nos traz.

Repeti muitas vezes a palavra amor sem dá conta neste texto, acredito que foi de forma conscientemente, porque não quero cometer os erros dos incautos de esquecer que ainda existe que ainda temos uma esperança de amar nesta vida. Não quero pertencer à classe daqueles que passaram nesta existência sem conhecer o amor.

Assim, meus amigos, defino o amor como o conjunto de gestos esses sentimentos que podemos traduzir da seguinte forma: Cuidar é amar, entregarmos-nos é amar, proteger é amar, beijar é amar, contemplar é amar, não desistir e acreditar é amar. Este é o meu conceito de amor.

SOBRE O AUTOR E SEU CONTEÚDO
* (Padre Carlos Roberto Pereira, de Vitória da Conquista, Bahia, escreve semanalmente para esta coluna)
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