ARTIGO | O mundo não será o mesmo (Padre Carlos)*

Não podemos negar que esta crise é diferente de todas as outras que enfrentamos ao longo dos anos, seu aspecto imprevisível com que está evoluindo e afetando de igual modo, todos os países sejam do primeiro ou do terceiro mundo, tem um caráter assustador.

A grave crise, ética, política e econômica que antes da pandemia já estávamos vivendo, tinha como componente uma das maiores recessões da história do Brasil e esta vem sendo intensificada e ganhando novos contornos que até então era desconhecido da nossa cultura.

Esta nova crise que está chegando, não tem precedentes nas últimas décadas e será, certamente, a mais grave desde a segunda guerra. É muito diferente da crise de 2008, até porque as consequências são, desde já, muito mais negativas para todos nós. 


Além da crise de autoridade, das instituições e política, passaremos a conhecer uma crise que levará a uma desregulação da própria sociedade e que precisará de muito tempo até ser superada.
Sabemos que a crise econômica será devastadora, mas a vida é o maior bem que o ser humano tem.

Desta forma, quando o presidente Jair Bolsonaro incentiva as pessoas a descumprirem o isolamento social e saírem de casa durante a pandemia do coronavírus, ele coloca em risco a vida dos brasileiros. Um exemplo claro desta irresponsabilidade, é o prefeito de Milão, Giuseppe Sala, que patrocinou a campanha “Milão não para”. 

Depois que o número de mortes na região chegou a 4.474, ele pediu desculpas publicamente  reconhecendo o seu erro ao apoiar uma iniciativa do setor privado, apoiando assim, a campanha de que Milão não deveria parar. A lição de humildade do prefeito  de reconhecer os erros não devolveram as vidas, mas foi suficiente para que outros agentes públicos não cometessem os mesmos desatinos.

Infelizmente o presidente Jair Bolsonaro jamais reconhecerá o seu erro de estimular as pessoas a saírem de casa. Quando a narrativa deste governo cair sobre terra e os corpos das vítimas desta pandemia começarem a assustar a sociedade, será difícil conter a revolta e a sensação de que foram enganados.

Precisaremos de um grande pacto e uma autocrítica de todos aqueles que terminaram proporcionando esta loucura para que possamos repactuar a sociedade brasileira e mesmo quando isso acontecer, deixará sequelas muito significativas. Não podemos negar que a crise existe e ela não é só em decorrência do coronavírus, mas também das crises moral, política e econômica. O País está dividido a muito tempo e isso é muito ruim.

Por isto afirmamos que esta crise é diferente de todas as outras, pela imprevisibilidade como afeta a economia, mas também o comportamento ético, político, moral da sociedade.  E por afetar, de igual modo, todos os cidadãos sejam trabalhadores e empresários, todos terão que pagar a conta, espero que não seja com a própria vida. Mas, aquilo que se pode concluir é que o Brasil e o mundo ficarão, certamente, diferente depois do coronavírus!



SOBRE O AUTOR E O CONTEÚDO POSTADO
* (Padre Carlos Roberto Pereira, de Vitória da Conquista, Bahia, escreve semanalmente para esta coluna)

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