– Eduardo Moraes –
No mundo contemporâneo as organizações obrigam as pessoas a trabalharem cada vez mais de forma acelerada no desenvolvimento de novos produtos e tecnologias, inovando e aperfeiçoando constantemente os processos de gestão. Definir uma estratégia adequada é um dos principais fatores de sucesso para os negócios das organizações, empresas ou gestão pública que pretendem estar na vanguarda dos acontecimentos. No futebol profissional não é diferente e não foge a esta realidade, os dirigentes dos clubes, imprensa, patrocinadores e entidades superiores necessitam urgentemente repensar o atual cenário e modelo de Gestão arcaico que persiste na forma de gerir o futebol da Bahia. É preciso buscar novas estratégias e processos de gestão, calendário, modelo de jogo, trabalho com as divisões de base, responsabilidade social, que possam efetivamente elevar a qualidade do nosso futebol em todos os níveis elevando-o para ocupar a vanguarda da prática desse esporte paixão, inserindo-o na cadeia de negócios produtivos e gerador de riquezas para o Nordeste. O futebol contemporâneo não pode continuar sendo pensado e gerido com voluntarismo, benemerência, denodo de alguns iluminados, que tudo trata através de insights! É triste ver o nosso futebol profissional da primeira e segunda divisão, especialmente do interior, literalmente falidos e sem que se discuta coletivamente um projeto de médio e longo prazo para que possa vislumbrar possibilidades reais de termos clubes ranqueados em todas as divisões do futebol brasileiro e assim almejar aproximar –se dos gigantes Bahia e Vitória. Até quando vamos ficar tapando o sol com uma peneira? Até quando os dirigentes das equipes interioranas vão continuar calados, desorganizados, fingindo que tudo vai bem e amassando barro para faraó? Já que tudo fazem pelo sucesso das suas equipes, porém não conseguem alçar voos sustentáveis! Miremos nos exemplos de Fluminense, Bahia de Feira, Colo-Colo, todos campeões da primeira divisão do nosso futebol, mas que para continuarem sobrevivendo são obrigados a “tirar leite de pedra” ou “vender o almoço para comprar o jantar”. Mudar essa realidade, constitui-se uma tarefa gigantesca e não será obra de um homem só! Penso que se trata de unir dirigentes de clubes, Federação, imprensa, atletas, treinadores, preparadores físicos, médicos e todos que diretamente trabalham, estudam, se dedicam ou vivem do futebol, para reunidos, elaborarem um planejamento estratégico, melhorando assim o nosso nível de organização e gestão, atraindo profissionais qualificados e mais investimentos para esse negócio, numa perspectiva onde todos ganhem não apenas títulos, mas profissionalismo, motivação e sustentabilidade, compondo uma cadeia de negócios no mercado nacional e internacional do futebol. Diante deste quadro torna-se relevante repensarmos o modelo atual de gestão, priorizando uma administração cientifica, criativa, inovadora e planejada em detrimento de uma forma historicamente superada de “manda quem pode e obedece quem tem juízo”! Vivemos um tempo novo onde a gestão do negócio futebol deve ser tratada com profissionalismo de ponta, buscando sempre novas estratégias voltadas para os patrocinadores e atletas, tendo como protagonista as torcidas. Assim sendo, para alcançarmos este fim, necessário se faz formularmos os seguintes questionamentos: Para que os clubes de futebol profissional do interior possam se tornarem protagonistas é necessário uma nova Forma de se Pensar, Gerir e Fazer Futebol em nosso Estado? É papel da Federação desenvolver em parceria com clubes e toda a cadeia do negócio futebol um planejamento estratégico que proponha as políticas de desenvolvimento da modalidade, apoiando os dirigentes dos clubes membros da federação em suas tomadas de decisão, oferecendo análise e discussão sobre números, estatísticas e questões estratégicas, de forma a potenciar ainda mais o desenvolvimento da modalidade? Numa perspectiva de modernização! O momento é agora! Antes mesmo de iniciarmos mais um Campeonato Baiano da primeira divisão! Vamos repensar dentro de um planejamento ações de curto, médio e longo prazo, sobretudo em nível organizacional, gerencial, negocial e financeiro.
Eduardo Moraes é vice-Presidente do Esporte Clube Primeiro Passo Vitória da Conquista-ECPP VC