ARTIGO | Mandou reabrir o que nunca fechou. (Padre Carlos)*

Hoje, vou pedir licença a vocês para falar do dia em que o prefeito de Vitória da Conquista, anunciou a reabertura do comércio. Ou seja, mandou reabrir o que nunca fechou. Na 6ª feira, 29 de maio, o Brasil registrava 27.944 mortes, por causa da Covid-19, além de 468.338 mil pessoas contagiadas.

Mas o prefeito, eleitor de Bolsonaro, insistia na abertura do comércio para fazer os gostos de comerciantes, que ficam isolados, enquanto seus empregados se contaminam. Vejamos a prova da insensatez do prefeito.

No dia 29 de maio, tínhamos em Vitória da Conquista 134 casos. 25 dias depois já eram 555 casos. Em 1º de junho, no dia da reabertura do comércio, até hoje, 421. Em menos de um mês tivemos um aumento de quatro vezes mais de casos confirmados e com relação aos óbitos de 5 subiram para 14, mas o prefeito, que votou no presidente fascista, só pensava em movimentar vendas por causa de um São João que não teve. Estranho, não é?

Mesmo com a contratação de alguns hospitais particulares, temos pouquíssimos leitos e respiradores para tratar as pessoas com o COVID-19, mas o prefeito (que não escuta conselho do Ministério Público) reabre aquilo que não fechou. Ao mesmo tempo em que mandava fechar o comércio nada fazia para que a determinação fosse cumprida. Não havia fiscalização principalmente no comercio dos bairros!

O Portal G1 trouxe levantamento da plataforma Farol Covid mostrando que o “ritmo de contágio” desacelerou nas capitais e aumentou no interior entre maio e junho. Vitória da Conquista, passa com estes indicativos, como uma das cidades com maior taxa de crescimento de casos e com maior taxa no ritmo de transmissão. Pudera, os conquistenses agem como se a pandemia não tivesse subido a Serra do Marçal.

O vírus se alastrou em Conquista porque o comércio funcionou sempre, enquanto a frota de transporte público era deslocada da Laura de Freitas, devido a obra do novo terminal, que o prefeito de forma inoportuna deu início. Além disto, era reduzida a oferta pondo a população em perigo dentro dos coletivos.

Os estudos mostram que cada infectado pode transmitir a doença para 1 ou 2 pessoa. Tem como se evitar? Sim, claro que sim, mas para isso teríamos que ter uma administração municipal comprometida com o bem estar da população e não com os lucros dos comerciantes locais.

SOBRE O AUTOR E O CONTEÚDO POSTADO
* (Padre Carlos Roberto Pereira, de Vitória da Conquista, Bahia, escreve semanalmente para esta coluna)

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