ARTIGO | Lúcia Rocha, o xeque mate de Zé Raimundo (Padre Carlos)*

Quando fiquei sabendo através da imprensa do convite que o Professor José Raimundo fez à vereadora Lúcia Rocha, para compor com ele a  majoritária da Frente Conquista Popular, como vice na chapa, entendi que estes anos no parlamento o tornou um político com a responsabilidade de gerir as coisas públicas, de tomar decisões contrárias à sua  própria vontade, como vimos na votação da reforma previdenciária.

Com a maturidade política, vem também o pragmatismo é ele que imprime a sustentabilidade, objetividade, realismo, praticidade e conciliação. Assim, acredito que o ex-prefeito conseguiu na sua carreira política, reunir todas estas qualidades.

Sim, podemos dizer que foi uma jogada ousada da parte do petista: menino que foi o seu mestre? Com certeza foram duas personagem: O conceito político de dividir para conquistar (ou dividir para reinar),  foi utilizado pela primeira vez como estratégia, pelo Imperador romano César (divide et impera), ele  consiste em ganhar o controle de um lugar através da fragmentação das oposições e impedindo os opositores de formarem uma concentração de poder. 

Sendo assim, o governante precisa evitar que os diferentes grupos e seguimentos da sociedade se entendam, pois uma união poderia causar uma oposição forte demais. O segundo foi  Maquiavel,  este cientista político cita uma estratégia militar parecida no livro IV de A Arte da Guerra (Dell’arte della guerra), dizendo que um capitão deve se esforçar ao máximo para dividir as forças do inimigo, seja fazendo-o desconfiar dos homens que confiava antes ou dando-lhe motivos para separar suas forças, enfraquecendo-as.

Quem conhece política, sabe que o fator Irma Lemos foi fundamental para a eleição de Herzem Gusmão e que foi a nossa incapacidade de neutralizar o adversário que fez com que através de uma vice, que até então formava a nossa base política, fosse o grande diferencial naquele pleito.  

Com trânsito no meio empresarial e uma carreira política com trabalho voltada as comunidades carente, terminou dando credibilidade a uma campanha desacreditado como era visto o candidato da oposição.

Poderíamos entender toda esta movimentação política  como um grande  jogo de xadrez, ( analogia ) poderíamos perceber que os políticos também têm as suas “pedras” (pessoas) para travarem as suas batalhas e manter intocável, de acordo com as regras ou as leis, as mesmas, para não deixar cair a peça principal. O rei ou o cabeça de chapa, é que não se mexe, a menos que seja necessário para sua defesa e dificultar os ataques.

Temos que enxergar todos os ângulos da questão, como neutralizar o adversário, densidade eleitoral e qual a importância do vice nesta eleição para recompor com os antigos aliados.

Depois do prefeito, o vice é a pessoa mais próxima do poder. E para isto precisamos compor não com pessoas, mas com partido e este tem que ter uma base que represente força política para governar e densidade eleitoral para ajudar na eleição.  

Um candidato, se não tiver capacidade de ser conciliador e pragmático, combinação esta que todo político deveria ter, não chega a lugar nenhum. Esta é a grande combinação para manter a governabilidade, não é desenvolvimento econômico nem popularidade e sim uma adequação de interesses em prol da essência do projeto de governo e dos objetivos a serem alcançados.

SOBRE O AUTOR E O CONTEÚDO POSTADO
* (Padre Carlos Roberto Pereira, de Vitória da Conquista, Bahia, escreve semanalmente para esta coluna)

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