É oficial e está confirmado nesta terça-feira 19 de outubro de 2021: Guilherme é novamente candidato. O ex-prefeito de Vitória da Conquista por quatro mandatos, ex-deputado federal e ex-deputado estadual está, sim, candidatíssimo! Depois de disputar nove eleições e vencer oito, Guilherme disputa mais uma sem confessar a mínima expectativa de vencer, mas com a força da ”Palavra”.
O velho Guilherme, avô de dois, resolveu finalmente, e nesta altura da vida, fazer o que nunca tinha feito até aqui: aceitou assumir uma candidatura assim, abertamente.
Mas, claro, tem que ser coerente com o estilo dele, sempre do jeito dele. E quem quiser que lhe dê ouvidos. Agora, então?! Mais do que nunca: quem quiser que lhe dê ouvidos!
E se valia pena dar ouvidos ao político que em momentos como o ato na Câmara de Conquista, contra a tentativa de condução coercitiva de Lula, em Congonhas. Guilherme dissecou o “Bêbado e a equilibrista”, da dupla Bosco&Blanc, eternizada por Elis e celebrizada como Hino da Anistia.
Nos quase trinta anos de militância política, a maior parte exercendo mandatos, ele nunca deixou de ser compositor.
Prefeito, compôs uma política cultural que criou oportunidades para a música fazer a diferença na ida de muitas famílias – da simples alegria num almoço de domingo, à salvação por uma oportunidade que, a lógica indicava seria mais do que improvável, impossível.
Guilherme Menezes de Andrade, o Dotô Guilherme é candidato finalista, com mais 49 compositoras e compositores, do 19º Festival de Música Educadora FM, promovido pelo Irdeb.
“Palavra” é cantoriada em solfejos por Ana Barroso, sob o violão virtuoso de Clériston Cavalcante. Vale mesmo dar ouvidos ao jovem compositor que renasce do político aposentado que estreou na prefeitura já quarentão, e “impôs” o slogan da primeira das quatro gestões: o ser humano em primeiro lugar!
O autor de Palavra é o mesmo de “Viaduto do Xá”, viu vidas passando pelo monstrengo de concreto no Centro de Sampa quando andou jovem pela pauliceia. Mas ali viu muitas vidas passando à sua frente, e transformou isso numa belíssima crônica urbana, imitando uma cantoria.
É o mesmo autor de parcerias com artistas do naipe de Carlinhos Brown e Luiz Caldas que já sacaram que pode sair muito mais daquele matuto. Do jeito dele, sempre do jeito dele…
Sim, vale a pena dar ouvidos à arte refinadamente popular do compositor Guilherme Menezes, inclusive para quem eventualmente não tenha lhe dado ouvidos como político.
Mas o nosso candidato, sempre do jeito dele, já estava feliz e satisfeito só ao compor. Curtiu a produção, aprovou com gosto a versão final e celebrou a classificação. Do jeito dele, sempre do jeito dele…
Ou seja, vai tocar a vida ouvindo passarinhos, ouvindo música e fazendo suas canções.
Enquanto o disco não chega, conheça as 50 canções escolhidas entre 1.320 inscritas. Além de Palavra, tem mais duas canções de artistas do Sudoeste – Guigga e o maestro Carlos Porto. A parada é duríssima porque tem muita coisa boa. | *Ernesto Marques, jornalista e radialista.