ARTIGO | Guiba e suas histórias (Padre Carlos)*

Prezado Dom, se tem uma coisa que esta quarentena tem provocado em mim são as recordações de muitas fases da minha vida e hoje gostaria de partilhar com vocês uma destas. Sim, amigo, as lembranças que venho acumulando ao longo da minha trajetória aqui nesta viagem, e que dão sentido esta vida, têm ficado dada vez mais latente.

Uma delas diz respeito aos companheiros de caminhada dos anos de formação no seminário. Sim, excelentíssimo reverendíssimo companheiro, os verdadeiros amigos não saem nem da nossa memória, nem da nossa lembrança, pois os verdadeiros amigos fazem parte da nossa história, dessa nossa andança.

Hoje me lembrei de você e de um fato inusitado que sucedeu-se em uma celebração presidida pelo irmão quando era pároco da Catedral de Nossa Senhora das Vitórias. Um fato que ninguém esperava, estranho, extraordinário. 

No presbitério estavam você e um vocacionado que assumia a função de acólito, mas também cantava naquela celebração. Este jovem era um menino de um bairro periférico de Conquista e pela sua bondade e companheirismo, era muito querido não só entre os vizinhos e amigos, mas também por toda comunidade de fé da nossa diocese.

Sem que ninguém esperasse, um rapaz com traços sofridos no rosto, conhecido por todos como Luizinho Vitasay, que era amigo do coroinha  ficou emocionado ao ver seu companheiro de infância, em um lugar de destaque, Gritou: VALEU, GUIBA!!!

Talvez algumas pessoas não entendam o verdadeiro significado do ” Valeu, Guiba”…Quando aquela pobre alma gritou com todo ar que havia em seus pulmões, ele estava dizendo para todos que se encontrava naquele templo que reunia a elite de Conquista, que um dos pequeninos do (Bairro) Pedrinhas estava aí cantando e sendo o centro estava representando todos os seus irmãos da periferia, porque a vida não sorriu para eles.

Desta forma, você com seu jeito brincalhão e generoso, soube transmitir alegria e positividade, imortalizando aquele momento com as resenhas que fazia de Joselito. Sinto falta daquele pároco que era amigo de todos e conhecia a história dos seus paroquianos.

Valeu, Guiba! Valeu, Zanoni, por ter participado desta caminhada do padre Joselito e a você meu amigo: Valeu……valeu por tudo valeu por ter escapado do seu destino e se tornado ser no meio de tantos ……..que se perderam no caminho de pedras e de pedrinhas.

SOBRE O AUTOR E O CONTEÚDO POSTADO
* (Padre Carlos Roberto Pereira, de Vitória da Conquista, Bahia, escreve semanalmente para esta coluna)

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