ARTIGO | “(…) Fui hoje na PMVC e vi que os fundamentalistas arrancaram os lenços que o povo de Terreiro colocou no Alvorada dos Ojás”*

Olá amigos,

Há um dia contra a intolerância religiosa no Brasil. “Não evoca não apenas a memória da Iyalorixá baiana Mãe Gilda, mas também nos coloca diante da triste realidade que persiste: a intolerância religiosa ainda é uma chaga em nossa sociedade. Instituída pela Lei Federal nº 11.635/2007, a data nos convida à reflexão sobre a necessidade urgente de promovermos respeito e convivência pacífica entre as diversas manifestações de fé”.

A imagem acima, me fora enviada por um educador, um militante social, que diz de como a intolerância religiosa, odiosa, onde o terror religioso se faz vivo neste lugar onde a discriminação contra o outro está na origem da grafia dessa cidade, “Vitória da Conquista”, mas que curiosamente inventaram um outro termo vulgar, “a Suìcé-Baianè”, porque não sei, até porque aqui, estamos no sertão da ressaca, lugar seco e árido, apesar de alguns períodos frios.

“O Ojá, Pano de Cabeça ou torço, é feito a partir de um pano em forma de “faixa de pano”, de tamanho variável. (…) pano de cabeça, que podem ter significados diferentes. Seu fundamento esta baseado na proteção daquilo que é sagrado, entendido como uma das partes mais importantes do corpo humano dentro do ritual umbandista, chamado Coroa. Importante porque liga o material ao espiritual”.

Mas em Vitória da Conquista, o Ojá, como visto na imagem foi destruído na Praça da Igreja Matriz, revelando um banquete do mal atualizado nesse tempo de ódios com requinte de maldades. Perverso, odioso, intolerante, desonesto, criminoso, letal, sanguinário, brutal, brutalizante, imoral, torpe…

Alguns relatos pelo Brasil…

“A reportagem do Estado de Minas flagrou, neste fim de semana, uma oferenda feita à Iemanjá, no portal dedicado ao orixá da fecundidade e da família, na Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, destruída”.

“A prática de destruir oferendas devido à perseguição sofrida pelos praticantes do candomblé ou da umbanda, muitas vezes, passa despercebida.”

“As discriminações e intolerâncias frequentes podem ser atreladas ainda ao racismo, visto que são fenômenos ligados à formulação colonial, a separação e a valoração racial negativa, as quais influenciam no entendimento da religião. Sob essa ótica, analisamos alguns elementos como o histórico de marginalidade ao qual essas religiões foram expostas, no sentido social e institucional, a demonização das entidades e divindades africanas e a criminalização do exercício religioso”.

E Por fim…

“As matrizes africanas deram origem a diversas manifestações sagradas no Brasil, além daquelas mais famosas como o Candomblé e Umbanda, existem adeptos de tradições como jarê, terecô e xangô de Pernambuco, o Batuque, do Rio Grande do Sul e o Tambor de Mina, variação do candomblé no Maranhão”.

O que se vê nessa imagem, é a destruição desse manto sagrado do povo de santo. Nada mais é do que a atualização de um “histórico de tratamento, respaldado pelo racismo, pela sociedade brasileira, sendo vistas como manifestações incorretas, inferiores, perigosas e intoleráveis”. |

* Joilson Bergher, é torcedor do AD-Jequié, e do Vitória de Salvador.


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