ARTIGO ESPECIAL | Horror econômico

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Por Márcio Higino* – O Brasil vive atualmente um horror econômico. Não há uma medida sequer do governo federal que afirme diferente. “O Horror Econômico” é o título do livro escrito por Viviane Forrester, romancista, ensaísta e crítica literária do jornal francês Le Monde, editado aqui no Brasil nos anos 1997 pela editora UNESP.

Livro

Trata-se de um dos maiores best-sellers de todos os tempos, em que a autora faz um balanço da crise global do trabalho, das políticas econômicas e do capitalismo, sinalizando que o que se prepara é uma sociedade de escravos.

Mas o nosso comentário não pretende realizar uma resenha desse livro e sim observar as inúmeras crises econômicas e financeiras já vividas pela nação brasileira, que foram estopim ou estiveram nos bastidores da formação da República.

Desde o fim da monarquia experimentamos vários períodos de instabilidade econômica e política, com resultados desastrosos para a nação como um todo, penalizando severamente a população.

Nos anos 1820 já vivia o Brasil uma profunda crise econômica – transição da economia da cana-de-açúcar para o café.Assim, em 1822, com a proclamação da independência, teve a nação brasileira de enfrentar enorme desafio.

Com a crise de 1929, que caracterizou a quebra da bolsa de Nova York, a economia brasileira sofreu um forte novo impacto.

No período denominado de ” Milagre Brasileiro “, empolgado com a evolução do Produto Interno Bruto – PIB, o governo Ernesto Geisel tomou vultosos empréstimos nos Estados Unidos. Porém, o governo norte-americano aumentou a taxa de juros, estourando o valor da dívida, com elevação da taxa de inflação, que disparou.

Essa crise foi uma das maiores já ocorridas no país, que se estendeu por toda a década de 1980, sendo considerada pelos estudiosos da economia como a década perdida.

Mais adiante, embora o Plano Real tenha estabilizado a moeda, verificou-se o desmonte das empresas estatais, com um forte programa de privatizações, que ficou conhecido como a privataria tucana, com elevados índices de desemprego.

A atual crise econômica no Brasil teve início no final do governo Dilma, por conta das pautas-bombas lançadas pelo então deputado Eduardo Cunha. Com o golpe que a destitui do cargo, inicia-se forte período de recessão econômica, com recuo do PIB  que até hoje patina, gerando altos índices de desemprego, que persiste até os dias atuais, com quebra de inúmeras empresas, privatizações a preço de banana etc.

Com Temer, o quadro da economia nacional piora, aprovando-se uma reforma trabalhista perversa, retirando direitos da classe trabalhadora duramente conquistados ao longo do tempo. Ainda a aprovação da PEC da morte, que congelou por vinte anos os investimentos nas áreas da saúde, educação e assistência social.

Com a eleição de 2018, o governo eleito aplica um forte programa ultraliberal, impiedoso, iniciando-se com a reforma da previdência e outras medidas impopulares tanto quanto duras contra a população, levando a um aprofundamento da desigualdade econômica sem precedentes, com o índice de GINI medindo perda de posição, destacando o empobrecimento da população e demonstrando forte concentração de renda.

Ao divulgar os dados do IDH esta semana, a ONU identifica perda de posição do Brasil frente a outras nações do mundo.

Precisamos  recordar que a operação lava jato – ainda em curso – causou, em nome do combate à corrupção, forte impacto econômico ao país, levando à falência/recuperação judicial gigantes da economia nacional, promovendo o desmonte de importantes setores da nossa economia, principalmente da indústria petrolífera e da sua cadeia de fornecedores, como a construção civil, a metal-mecânica, a indústria naval, a engenharia pesada, além do programa nuclear brasileiro, ampliando sem piedade a crise econômica e o desemprego.

Assim, concluo sem qualquer sombra de dúvida, que estamos vivendo um horror econômico.

SOBRE O AUTOR E O CONTEÚDO POSTADO
* Márcio Higino Melo, administrador e assessor parlamentar do Vereador Coriolano Moraes.

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