ARTIGO ESPECIAL | Diplomacia Brasileira na UTI – Embaixabúrguer

Imagem relacionada

Por Márcio Higino* –  A respeito da possível indicação do próximo embaixador brasileiro para os Estados Unidos, lembrei-me da expressão do latim “Panis et Circensis”. Pão e circo.

Usaremos somente o vocábulo “circensis”, pois o pão está sendo gradativamente negado ao povo brasileiro, tanto quanto a possibilidade de sobrevivência, por conta das políticas que estão sendo implementadas pelo atual governo central.

Estou convencido, absolutamente convencido, de que o indicado pelo pai presidente não reúne as condições mínimas  para assumir e exercer a importante tarefa estratégica. Mas, como a atual política externa do Brasil é de total subserviência ao país do norte, necessário seja ocupar aquele cargo um despreparado, para obedecer de joelhos ao Tio Sam.

Vários são os motivos do meu convencimento. Embora haja controvérsia sobre a legalidade da decisão, entendo, seguindo opiniões de juristas renomados, que tal situação fere a lei da probidade administrativa, pois que é princípio da probidade a impessoalidade.


Resultado de imagem para Embaixabúrguer

O filho 03 está sendo indicado para embaixador brasileiro nos Estados Unidos,  por ser filho do pai presidente. Por ele ser o que é e pelo que ele representa em termos políticos e ideológicos. Não tem formação em relações internacionais, sequer tendo cursado a escola de excelência  que oferece o  renomado Instituto Rio Branco, escola tradicional da diplomacia brasileira.

“Não tenho nenhuma dúvida de que se o filho 03 indicado se submetesse àquele concorrido vestibular do Rio Branco, não seria aprovado”.

O inglês que diz ele dominar é sofrível. Não manja nada de acordos comerciais e parcerias estratégicas, como também não domina e conhece as complexas situações da geopolítica mundial, do multilateralismo etc.

Acho que não exagero ao intitular de circo esse acontecimento. Não sei se trágico ou cômico.
Tradicionalmente, a diplomacia brasileira sempre foi muito equilibrada, aberta ao diálogo, madura e aliada de políticas que buscaram  a paz e a concórdia entre os povos.

Tem registrado assim a história da diplomacia brasileira, desde a época colonial, passando pelo Brasil Império, bem como pelos muitos períodos republicanos que já experimentamos.

A atual diplomacia brasileira envergonha os funcionários de carreira do Itamaraty, tropeçando nas regras básicas dos manuais de diplomacia, como se apresenta desconectada da realidade do mundo dos nossos dias, isolacionista e unilateral, afastando o Brasil das parcerias tradicionais e abertas que o País sempre cultivou, ao longo do tempo.

Adota políticas conservadoras, rompendo e desrespeitando acordos e tratados firmados por outras gestões nacionais.

Necessário , tanto quanto urgente, que o Ministério das Relações Exteriores volte a promover experiências e liderar a criação de novas instituições de integração regional, sem destruir as existentes. Que defenda as relações sul-sul. Que fomente iniciativas multilaterais e coalizões internacionais, como por exemplo o Fórum IBSA e o grupo BRICS.

Voltar a realizar conferências de cúpulas, como por exemplo as que foram realizadas até 2016 em gestões do Partido dos Trabalhadores envolvendo países da África e América do Sul, entre também os países Árabes e América do Sul.

Mas, no circo diplomático que se pretende montar, ainda existe um obstáculo, qual seja a sabatina que se realizará no Senado da República. Se não ocorrer uma grande armação, o indicado será reprovado.

Até porque ele afirma ser um bom fritador de hambúrguer e, ao que me consta, nos manuais do Senado para sabatinados, não se indaga sobre prováveis virtudes culinárias  para ser embaixador. Daí porque utilizei-me de expressão cunhada pelo blog Conversa Afiada, Embaixabúrguer.

* Márcio Higino Melo, administrador.

Assessor parlamentar do Vereador Coriolano Moraes

COMPARTILHAR