ARTIGO ESPECIAL | Crise no transporte público (Padre Carlos)*

Nos últimos 20 anos o setor de transporte público tem perdido demanda, produtividade e sofre com a ausência de políticas públicas para socorrê-lo. Assim, com a crise deste setor, surgem os transportes “alternativos.”

Desta forma, como em outras cidades, estes serviços apareceram operando de forma irregular em nossa cidade, nos lugares de difícil acesso e em localidades que não eram economicamente viáveis às empresas de transporte. 

A posição do atual gestor, em um primeiro momento, foi de tolerância e até estímulo ao transporte “alternativo”. Além da aprovação constatada na pesquisa, via com bons olhos a ampliação da concorrência na prestação do serviço de transporte coletivo, orientada por uma visão liberal, em seu sentido econômico. 


Foi justamente este comportamento do atual prefeito que levou a empresa Cidade Verde a buscar judicialmente uma posição responsável da Prefeitura para que ela exerça a obrigação de fiscalizar o transporte clandestino, pois o Executivo estaria incidindo em crime de improbidade administrativa supostamente permitindo a ilegalidade.

Desta forma, as peruas passaram a ganhar passageiros e as ruas de Vitória da Conquista, aumentando assim a crise do transporte público ao ponto de determinar o colapso o sistema de transporte coletivo municipal.

Criou-se uma bola de neve no sistema, com a deterioração destes serviços, no qual passou a prevalecer ônibus ruins e horários incertos até a falência da Viação Vitória.

Durante duas décadas, o sistema, de transporte de Vitória da Conquista recebeu uma devida atenção dos seus antigos gestores, não aceitando monopólio neste segmento e conduzindo de forma bem planejada, demandando, assim, milhões de reais para ser montado.

Infelizmente o que presenciamos hoje, é um sistema FALIDO e a caminho do SUCATEAMENTO. Isto não é uma previsão, mas uma constatação.


O governo municipal não deu ouvidos às denúncias do vereador Coriolano Morais e pagou pra ver o sucateamento do transporte público municipal. Não podemos esquecer que as consequências diretas do transporte clandestino têm levado ao aprofundamento desta crise.


O vereador, junto com seus pares na Câmara Municipal, vem buscando uma solução para a regulamentação de todo o sistema regular de transporte público. “Temos que trabalhar dentro da lei. Nenhum vereador foi eleito para trabalhar com o que é irregular. Se a promotora (Lucimeire Carvalho) solicitou um estudo técnico, ele tem que ser feito para que se veja a necessidade das vans”, esclareceu o Professor o Cori.

Este tipo de serviço, da forma que se encontra, vem gerando sérios prejuízos financeiros para a cidade e a empresa de transporte em atividade, impedindo assim a Prefeitura em arrecadar tributos e a empresa de transporte em realizar melhorias, como a ampliação da frota e o aumento do número de linhas em circulação.

Diante da atual crise, regularizando ou não o transporte “alternativo,” o que gostaríamos de saber: a quem responsabilizar pelos prejuízos causados aos cofres públicos?

SOBRE O AUTOR E SEU CONTEÚDO

* (Padre Carlos Roberto Pereira, de Vitória da Conquista, Bahia, escreve semanalmente para esta coluna)

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