ARTIGO ESPECIAL | Brasil: a banalização da morte (Márcio Higino)*

Por Márcio Higino* – Segundo a Doutrina Espírita, tão bem codificada por Allan Kardec, a morte do corpo físico é fenômeno natural que atinge todos os seres da Criação. A desencarnação acontece quando os laços perispirituais, até então mantidos enraizados, molécula a molécula no corpo físico, se desfazem, concedendo liberdade ao Espírito que passa a viver em outra dimensão da vida.

A desencarnação ocorre por meio de causas naturais ou acidentais. Ative-me ao conceito Espírita, por considerá-lo extremamente racional e de fácil compreensão, para cuidar do núcleo das reflexões que propõe este artigo.

Nesses tempos estranhos que vivemos no nosso país, muito do cotidiano que segue com a sua dinâmica, apresenta-se como se representados no teatro ou cinema, onde os atores (gente) encarnam os seus personagens, loucos ou lúcidos, conforme estabelece o texto e a direção do espetáculo.

O espetáculo ora em cartaz no Brasil não diverte. Conversamente, assusta, atormenta e divide a nação.

Trata-se de um espetáculo de terror, dirigido pelo mandatário maior da país, quando desconsidera todas as recomendações da OMS no trato da pandemia Covid-19.

Sem bom senso, equilíbrio, e a sabedoria que a liturgia do cargo requer, para o qual ele demonstra não ter preparo e aptidão, no seu espetáculo de terror, expõe a nação brasileira ao ridículo mundial, alimentado por uma pulsão pela morte, desrespeitando todas as sábias recomendações da ciência, expondo o povo à contaminação diária, quando insiste na quebra do isolamento social, medida única,segura, para evitar-se a contaminação, até que os pesquisadores encontrem uma vacina eficaz para conter o avanço do vírus letal.

Enquanto a pandemia avança, ele continua no seu desvario de estafeta da morte, levando lágrimas e dor a corações atormentados, que, sem direção certa, perambulam pelos hospitais à procura de salvação, sem encontrar leitos e respiradores suficientes.

Se o presidente da República não se incomoda e nem chora pelas mortes alheias, será, pela história, responsabilizado pelas pilhas de cadáveres que são recolhidos nos cemitérios, num processo de extermínio político deliberado pela sua insanidade e perversidade, como nunca dantes.

Genocídio ou extermínio, trata-se, na verdade, de uma processo político, social, ético e moral permitido pelas eleições de 2018, quando, equivocadamente, elegeu-se o desgoverno que ele conduz.

SOBRE O AUTOR E O CONTEÚDO POSTADO
* Márcio Higino Melo, administrador e assessor parlamentar do Vereador Coriolano Moraes.

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