ARTIGO | Dois bispos e uma Igreja (Padre Carlos)*

Imagem: Redes sociais/arquivo
“Se o grão de trigo que cai na terra não morre, fica só. Mas, se morre, produz muito fruto” (Jo 12,24).
Não posso me queixar com relação aos bispos que durante o período que exerci o ministério, tive a oportunidade de conviver e servir aos cuidados do seu episcopado. Dom Celso José e Dom Geraldo, estes grandes pastores foram importante na minha formação espiritual e humana.
Embora não entendesse as cobranças que faziam, hoje vejo que eles tinham tratamentos diferentes, apesar de sentir o amor e a proteção que ambos nutriam pelo clero.
          

 ⇦ Dom Celso José, foi um Bispo misericordioso, tinha uma face materna para o seu presbitério. Assim como Dom Helder revolucionou a Igreja no Brasil, seu discípulo, da Ação Católica, tem transformado profundamente a Igreja da Bahia. Desta forma, embora não fosse engajado, como gostaríamos , formou um clero progressista e com uma formação acadêmica que chamou atenção de muitos bispos do Brasil. Assim hoje, estes quadros de pastores, tem capacidade para assumir qualquer ministério que venha ser convocado.


       

⇦ Já Dom Geraldo, exerceu seu episcopado com sabedoria e uma boa administração. Sua metodologia inicialmente causou um impacto, devido à diferença de método e forma em relação ao seu antecessor. Não posso negar que aprendi muito com este pastor. Desta forma, apesar de cobrar um comportamento e ação no que diz respeito à responsabilidade das paróquias em relação à Arquidiocese, educou os padres a se sentirem responsável por um todo. 

Sua dimensão paterna ajudou os presbíteros a amadurecer como pessoa e gerir de forma mais realista os recursos da sua paroquia. Sua dimensão paterna e seu amor pela Igreja local foram de fundamental importância para conquistar o clero e trazer para perto de si o seu presbitério. 
Não podemos esquecer a participação dos leigos em todos os movimentos e pastorais durante a presença destes dois pastores aqui na nossa cidade. Existe um ditado árabe que diz: “Quem planta tâmaras, não colhe tâmaras!” Isso porque, antigamente, as tamareiras levavam de 80 a 100 anos para produzir os primeiros frutos. Atualmente, com as técnicas de produção modernas, esse tempo é bastante reduzido, porém o ditado é antigo e sábio. Diante disso, somos frutos destes enviados de Deus, para dar testemunho de fé. 
SOBRE O AUTOR E SEU CONTEÚDO
* (Padre Carlos Roberto Pereira, de Vitória da Conquista, Bahia, escreve semanalmente para esta coluna)
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