ARTIGO | Crise pode nacionalizar as eleições em Vitória da Conquista (Padre Carlos)*

Padre Carlos* – Tradicionalmente, as eleições em Vitória da Conquista, costuma ser pautada por questões locais relacionada a área da saúde da educação das obras nos bairros periféricos e etc. Este ano, entretanto, o cenário no nosso município deve ser um pouco diferente.

De acordo com nossas avaliações, o clima de polarização tem subido de tal forma com o presidente Jair Bolsonaro; suas falas e comportamento tem deslocado os grandes temas das questões nacionais para o pleito municipal, sendo estes assuntos tendo maior peso em relação as antigas pautas.

Esta não será uma eleição com discussão sobre buraco de rua. Quando os eleitores do lado Oeste da cidade perceberem que foram enganados e que esta administração tem uma única preocupação: a Olívia Flores, passarão a defender outras pautas.

Assim, quando as obas do Finisa chegarem a estes bairros, terão uma conotação eleitoreira e será um termômetro para oposição medir o enfrentamento ao bolsonarismo e ao projeto que tem feito oposição.

Estamos no meio de uma pandemia, o que faz com que a eleição municipal seja marcada pelas crises sanitária, social e econômica.

O medo e a insatisfação com o governo municipal são grandes, o que torna as ações político-eleitoral mais complexa e difícil. O momento atual é desafiador para quem está no governo diante do cenário de “recessão brutal” na economia e uma crise sanitária.

A pandemia que atravessa o país pode levar o eleitor conquistense a associar a nacionalização do debate nas eleições municipais. As pessoas não são desconectadas da realidade que elas vivem em Vitória da Conquista, por isto, esta possibilidade é grande de vir acontecer.

Sempre existiu a cultura que pessoas não moram nos estados, mas nos municípios. Porém, com tudo que tem acontecido em nosso país, esta máxima foi superada por este vírus e   jogou por terra parte dos antigos consensos.

Bolsonaro usou de uma estratégia de manter constantemente os atores e a sociedade tensionados, e isso fez com que mantivéssemos um ‘presidencialismo de confrontação. Pela primeira vez, a eleição pode se nacionalizar.

Nem toda a classe média pensa igual a Herzem ou tem a cabeça na casa-grande ou no Caminho do Parque. Sempre existiu este setor atrasado que representa em torno de trinta por cento do nosso eleitorado.

Mas existe outra parte preocupado com o avanço do fascismo e decepcionada com o projeto econômico da extrema-direita, é com esta que Zé Raimundo precisa dialogar, para enfrentarmos o abismo social.

Desta forma, é hora de o candidato sair da quarentena e buscar as alianças com setores da sociedade.

SOBRE O AUTOR E O CONTEÚDO POSTADO
* (Padre Carlos Roberto Pereira, de Vitória da Conquista, Bahia, escreve semanalmente para esta coluna)

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