ARTIGO | Conivência ou omissão? (Padre Carlos)*

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Não faz muito tempo, abordei em um artigo os erros que cometemos durante doze anos de governos do PT, em não contestar as privatizações que ocorreram na década de noventa. Contudo, não gostaria de fazer um artigo econômico nem jurídico por não ter conhecimento nas áreas, assim, abordaremos no campo ético e moral, para avaliar as ações do atual comando de poder e chamar atenção para as violações do atual governo, com relação as nossas riquezas. LEIA MAIS


Vivemos um dos momentos mais dramático da nossa história. O governo ilegítimo de Michel Temer, rejeitado por 97% da população, suprime direitos sociais duramente conquistados e promove a liquidação do país.

Gostaria de lembrar aos leitores, que no seu livro “Diários da Presidência, 1995-1996”, mesmo sendo algo totalmente imoral e patrimonialista, FHC diz com naturalidade que conversava e aconselhava vários grandes empresários sobre como comprar a Vale. Fez isso com Antônio Ermírio de Morais (p. 752) e outros empresários (p. 852).

Após pressão do jornal O Globo em 1996, por meio de editorial (p. 527), FHC decidiu vender a empresa estratégica.

Quero aqui chamar a atenção das pessoas de bom senso, que poderíamos ter revisto os crimes de Lesa-pátria, cometidos pelos tucanos e por um grupo que se instalou no Planalto na década de noventa. Nenhum pacto de governabilidade pode ser colocado tendo as nossas riquezas como requisitos.

É dentro de um contexto semelhante, que surgem as privatizações e a venda de ativos estatais, como alternativa para aumentar receitas em meio à crise fiscal.

Os agentes públicos tem que ser responsabilizado pelo povo brasileiro como um todo. Sabemos do tucano que foi flagrado na campanha presidencial (em 2009) quando se comprometeu a entregar o petróleo do pré-sal, e entregou mesmo, diz. Segundo o site WikiLeaks, o ex- ministro das Relações Exteriores prometeu à petroleira Chevron, em 2009, que o marco de exploração do petróleo seria alterado, se ele ganhasse as eleições de 2010.

Vendemos a Embraer a terceira maior empresa do mundo na fabricação de aviões comerciais, atrás apenas da Boeing e da Airbus. É a única de tal porte no hemisfério sul, e conta atualmente com cerca de 15 mil funcionários de altíssima qualificação. É o maior pólo gerador de tecnologia da América Latina. 


Assim, o governo que está aí, vendeu ao preço de US$ 3,8 bilhões. Para se ter uma ideia do que isso significa, basta lembrar que, ao longo dos anos, o BNDES injetou na empresa quase dez vezes o valor pela qual ela está sendo vendida agora. Sim, o que a Boeing pagou pela Embraer equivale a 10 por cento do que o governo investiu na empresa. Dinheiro público, dinheiro nosso. Seu dinheiro, meu dinheiro.

Apoiado por empresários entreguistas e empresas estrangeiras que forjaram o golpe de 2016, este governo oferece nossas riquezas a preço de banana para especuladores de outros países.

Agora anuncia a venda da Eletrobras, maior companhia de energia elétrica do país e a garantidora da nossa segurança energética, essencial para manter a conta de luz barata e acessível ao bolso do povo.
Nenhum país no mundo abre mão de sua soberania, como propõe esse governo ilegítimo. Os serviços de distribuição de energia elétrica em países como França e Itália são tratados como assunto de segurança nacional, operados majoritariamente por estatais e com capital de origem nacional. Nos EUA, não entram estrangeiros no setor.

Temos que resgatar nossas riquezas e criminalizar este tipo de comportamento que enfraquecem a indústria nacional, geram desemprego e impedem a retomada do crescimento econômico.

(Padre Carlos Roberto Pereira, de Vitória da Conquista, Bahia, escreve semanalmente para esta coluna)

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