ALERTA | Indígenas ameaçam ocupar novas áreas no Sudoeste da Bahia; SSP reforça segurança

A ministra Sonia Guajajara visitou a região do conflito – Foto: JN

Um grupo de indígenas estaria se organizando para ocupar terras em áreas da região Sudoeste da Bahia, no triângulo imaginário entre Potiraguá, Ribeirão do Largo e Itambé, nos próximos dias, segundo fontes do Sudoeste Digital consultadas nessa segunda-feira (22), sob alegação de que “seriam os legítimos donos dos espaços considerados sagrados”. O anúncio teria sido feito após manifestações pela morte da indígena Maria de Fátima Muniz de Andrade, baleada e morta durante conflito com fazendeiros em Itapetinga no domingo (21). A informação não pode ser confirmada, mas a polícia reforçou o patrulhamento na região e se mantém alerta a qualquer movimentação.

Em entrevista à imprensa, o secretário estadual de Segurança Pública (SSP), Marcelo Werner, tranquilizou a população. “Houve o reforço da polícia militar, do Batalhão de Choque e do Batalhão de Operações Especiais, que já se encontram na região a fim de evitar qualquer outro tipo de desavença, de conflito naquela região”.

Destacou que as investigações continuam de forma prioritária e que todas as diligências estão sendo realizadas para que se possa levar à Justiça todos os responsáveis. “Nós não podemos permitir atos de violência, de qualquer natureza, como a que aconteceu nesse final de semana na região do Sul do nosso estado”, concluiu.

Ministra Sonia Guajajara lidera comitiva que acompanha conflito entre fazendeiros e pataxós no sul da Bahia

Nessa segunda-feira (22), uma comitiva liderada pela ministra dos Povos Indígenas está no sul da Bahia para acompanhar um conflito entre fazendeiros e pataxós que deixou um morto e feridos.

A ministra Sônia Guajajara e a presidente da Funai, Joenia Wapichana, além de representantes dos ministérios da Justiça, do Desenvolvimento Agrário, Direitos Humanos e da Saúde desembarcaram em Ilhéus.

Eles visitaram os indígenas feridos no confronto e seguiram para o enterro do corpo da indígena Maria de Fátima Muniz de Andrade, na Reserva Caramuru Paraguaçu, na cidade de Pau Brasil.

A ministra afirmou que é preciso rever a demarcação de terras na região, incluindo a área disputada:

“Nós estamos aqui para dizer do nosso compromisso de continuar apoiando e fazendo com que essa demarcação das terras indígenas aconteça. É preciso que haja uma correção da área demarcada”.

ENTENDA O CASO – No sábado (20), indígenas da etnia pataxó tentaram invadir uma fazenda em Itapetinga. Eles reivindicam a demarcação da área. Fazendeiros armados reagiram. A polícia retirou os pataxós, que tentaram invadir o local novamente neste domingo (21). Houve novo confronto.

Maria de Fátima Muniz de Andrade morreu no local e outros oito indígenas ficaram feridos, além de um fazendeiro.

Um fazendeiro de 20 anos e um PM da reserva foram presos em flagrante. A Secretaria de Segurança Pública da Bahia já reforçou o policiamento na região.

Nessa segunda-feira (22), a Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia lamentou os graves fatos ocorridos. Afirmou que enviou inúmeros ofícios, alertando sobre o perigo iminente de conflito e que orienta os produtores a atuarem na defesa dos seus interesses rigorosamente dentro dos limites da lei, sem extremismos ou violência.

Em 2017 e 2019, indígenas das etnias Kamakã e Imboré chegaram a invadir uma fazenda; alegaram que a terra era lugar sagrado. Nessas duas situações, eles foram retirados do local.

No fim do dia, o governo da Bahia anunciou a criação de um grupo com o objetivo de propor soluções para a questão fundiária. | com informações complementares do Jornal Nacional


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