ALERTA | Dos 15 agrotóxicos detectados na água que abastece Vitória da Conquista, 8 estão associados a doenças crônicas como câncer

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Dos 15 agrotóxicos detectados na água que abastece Vitória da Conquista, entre 2014 e 2017, 8 estão associados a doenças crônicas como câncer, defeitos congênitos e distúrbios endócrinos. Quando se trata da concentração na água, 3 agrotóxicos foram detectados em concentração acima do limite considerado seguro no Brasil na água de Vitória da Conquista, nesse mesmo período.

A informação, apesar de não atualizada, foi disponibilizada num mapa mapa do Brasil, fruto de uma investigação em conjunto realizada pela Repórter Brasil, Public Eye e Agência Pública. Os dados utilizados são do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), do Ministério da Saúde.

Além do número de agrotóxicos na água por cidade, os dados permitem também enxergar a concentração dessas substâncias, que é medida em microgramas por litro. Assim, a reportagem elaborou os dois mapas acima:

O primeiro (“Número de Agrotóxicos”) mostra a quantidade de substâncias detectadas em cada cidade de 2014 a 2017.

O segundo (“Concentração na Água”) compara as concentrações detectadas no mesmo período com os parâmetros de segurança estabelecidos pela regulação do Brasil e da União Europeia.

O mapa e a reportagem analisam informações de 2014 a 2017. Os dados foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação em abril de 2018. O banco é atualizado de modo constante e novas informações acrescentadas depois de abril de 2018 não estão no mapa.

Depois que os dados foram enviados à reportagem, o Sisagua passou a divulgar as informações no portal Dados Abertos do governo federal, onde elas podem ser acessadas na sua versão mais atualizada.

A base de dados completa, recebida pela reportagem em abril de 2018, pode ser baixada neste link: base de dados enviada pelo Ministério da Saúde (cópia).

Como os dados estão classificados com termos técnicos de difícil entendimento, a reportagem consultou os manuais sobre a metodologia e entrou em contato com o Ministério da Saúde. Em janeiro de 2019, a pasta enviou os seguintes esclarecimentos, com as orientações sobre como ler os dados:

– “Valor Numérico, quando é possível quantificar a concentração da substância analisada”;

– “Menor que o Limite de Quantificação (< LQ), quando é possível identificar a presença, mas não a concentração existente”

– “Menor que o Limite de Detecção (< LD), quando a substância está ausente ou em concentração inferior àquela que o equipamento consegue detectar.”

Além desses indicadores, a base de dados também traz o código “VMP”, que significa Valor Máximo Permitido. O VMP indica qual é a concentração máxima na água que é considerada segura no Brasil.

O Sisagua reúne os resultados de testes que medem a presença de 27 agrotóxicos na água que abastece as cidades. As informações são enviadas por autarquias estaduais, municipais e empresas de abastecimento. A lei brasileira determina que os fornecedores de água no Brasil são responsáveis por realizar os testes a cada seis meses e apresentar os resultados ao Governo Federal.


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