ÁGUA CONTAMINADA || Autoridades escondem dados e população continua assustada

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Quinze agrotóxicos foram detectados na água que abastece Vitória da Conquista, entre 2014 e 2017.
Desse total, 8 são associados a doenças crônicas como câncer, defeitos congênitos e distúrbios endócrinos*. A Embasa lançou uma nota esta semana, mas não e aprofundou no assunto. LEIA

As informações foram obtidas de acordo com dados de Controle do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (SISAGUA), do Ministério da Saúde. O mapa foi construído a partir de dados obtidos em abril de 2018 e não reflete atualizações feitas desde então.

Ainda segundo os dados, 3 agrotóxicos foram detectados em concentração acima do limite considerado seguro no Brasil na água de Vitória da Conquista entre 2014 e 2017. Outros 12 agrotóxicos foram detectados acima do limite considerado seguro na União Europeia entre 2014 e 2017.



ITAPETINGA: DIRETOR DO SAAE SERÁ OBRIGADO A IR À CÂMARA PRESTAR ESCLARECIMENTOS SOBRE AGROTÓXICOS NA ÁGUA


A Comissão de Saúde da Câmara de vereadores de Itapetinga, formada por vereadores de oposição, salvo Fabiano Bahia, o único edil da base aliada presente, já convocou o diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), Alex Dutra (Lekão) a comparecer à Casa para prestar esclarecimentos à comunidade o mais rápido possível sobre o tratamento da água de Itapetinga.


De acordo dados recentes, as cidades de Mucugê, Camaçari, Itapetinga e São Félix do Coribe, estão no topo de uma lista de 271 municípios baianos com agrotóxicos em suas águas.


Depois da divulgação desses dados, a população começou a levar em conta o alto índice de câncer no município, motivo de preocupação da comunidade. “Vamos buscar uma interlocução com órgãos da esfera estadual e federal, sempre buscando o interesse coletivo da população de Itapetinga”, destaca um dos membros da Comissão.


Os vereadores de o posição decidiram convidar o SAAE para a próxima reunião e propor que se faça novas análises inclusive da água bruta do rio Catolé, além da realização de uma audiência pública, onde a população poderá ouvir especialistas da área.


Por: Roberto Alves//Cidade Acontece

SAIBA MAIS

Um coquetel que mistura diferentes agrotóxicos foi encontrado na água consumida em 1 a cada 4 cidades do Brasil entre 2014 e 2017. Nesse período, as empresas de abastecimento de 1.396 municípios detectaram todos os 27 pesticidas que são obrigados por lei a testar.

Desses, 16 são classificados pela Anvisa como extremamente ou altamente tóxicos e 11 estão associados ao desenvolvimento de doenças crônicas como câncer, malformação fetal, disfunções hormonais e reprodutivas.

*Distúrbios endócrinos podem resultar de disfunções originadas nas glândulas endócrinas periféricas (doenças primárias) ou de estimulação abaixo ou acima do normal pela hipófise (doenças secundárias). As doenças podem causar a produção excessiva (hiperfunção) ou a falta de produção (hipofunção) de hormônios.

Entre os locais com contaminação múltipla estão as capitais São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Manaus, Curitiba, Porto Alegre, Campo Grande, Cuiabá, Florianópolis e Palmas. Os dados são do Ministério da Saúde e foram obtidos em investigação conjunta da Repórter Brasil, da Agência Pública e da organização suíça Public Eye.

As informações são parte do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), que reúne os resultados de testes feitos pelas empresas de abastecimento. Os números revelam que a contaminação da água está aumentando a passos largos e constantes.

Em 2014, 75% dos testes detectaram agrotóxicos. Subiu para 84% em 2015 e foi para 88% em 2016, chegando a 92% em 2017. A falta de monitoramento também é um problema. Dos 5.570 municípios brasileiros, 2.931 não realizaram testes nas suas redes de abastecimento entre 2014 e 2017.

Embora se trate de informação pública, os testes não são divulgados de forma compreensível para a população, deixando os brasileiros no escuro sobre os riscos que correm ao beber um copo d’água. Em um esforço conjunto, a Repórter Brasil, a Agência Pública e a organização suíça Public Eye fizeram um mapa com os agrotóxicos encontrados em cada cidade.

O mapa revela ainda quais estão acima do limite de segurança de acordo com a lei do Brasil e pela regulação europeia, onde fica a Public Eye. Consulte a contaminação da sua cidade


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