AGRO | Velha conhecida dos pecuaristas, a mosca-dos-estábulos volta a ameaçar o gado na Bahia

Mosca-dos-estábulos

Um poderoso vetor de transmissão de doenças tem se multiplicado por várias regiões da Bahia e os produtores contabilizam os prejuízos dos reincidentes ataques que já ultrapassam noventa dias, tempo muito maior do que o registrado em anos anteriores.

É a mosca-dos-estábulos (Stomoxys calcitrans), que molesta gado, equinos, galináceos, cachorros, gatos e também o ser humano com picadas dolorosas e capazes de provocar definhamento e até a morte das vítimas que perdem peso rapidamente.

Após alertar os produtores no mês de julho, a Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) tem intensificado a realização de blitzes fixas e móveis para averiguar o transporte correto e a apresentação das  Guias de Transporte Residuais (GTR) das camas-de-aviário.

Os especialistas reforçam que nos períodos chuvosos, quando são registradas alta umidade e baixa temperatura, também é alta a proliferação dos insetos, considerados vampiros, pois se alimentam do sangue das vítimas, especialmente os animais de criação.

Ações educativas também estão programadas, a exemplo da distribuição de folders orientando o manejo adequado para conter a proliferação da espécie, responsável ainda pelo ataque às lavouras de mamão, café, cana-de-açúcar, entre outras culturas em Belmonte, Eunápolis, Guaratinga, Itabela, Itagimirim, Itapebi, Porto Seguro, Santa Cruz Cabrália, Teixeira de Freitas, Valença, Tancredo  Neves, Mucuri e outras cidades. | Ascom/ Seagri

Veja como se livrar da mosca-dos-estábulos

Velha conhecida dos pecuaristas, a mosca-dos-estábulos (Stomoxys calcitrans) volta a ameaçar o gado por todo Brasil. A infestação da praga cresceu e se tornou preocupação em pelo menos cinco estados do país: São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
Apesar de atingir outros animais, os bovinos são os mais afetados pelo inseto, com perdas de 10% a 30% no ganho de peso e até 50% de redução na produção leiteira. Segundo o Embrapa, os prejuízos causados por esta mosca no Brasil podem atingir 350 milhões de dólares anualmente.
A mosca-dos-estábulos é um tipo de mosca que se alimenta do sangue de animais, causando feridas, transmitindo doenças e até levando a morte. Os surtos aumentam devido à expansão da produção de cana-de-açúcar e pela proibição de sua queima. 
O inseto, que antes botava seus ovos na palha seca umedecida por fezes e urina dos animais nas áreas de alimentação e abrigo, encontrou no material descartado na colheita da cana local propício para se reproduzir.
Pesquisas recentes mostram que a torta de filtro (resíduo sólido da filtragem do caldo da cana-de-açúcar) e a palha da cana misturada com a vinhaça ou vinhoto (resíduo da destilação do caldo fermentado durante a produção de álcool) são os principais locais de desenvolvimento e multiplicação de moscas nas usinas de cana-de-açúcar.
Surtos da mosca-dos-estábulos também podem ocorrer sem a participação das usinas canavieiras. Resíduos de suplementação alimentar (ração, silagem, feno, etc.), misturados com dejetos animais, são excelentes ambientes de desenvolvimento da mosca nas propriedades pecuárias, proporcionando a infestação dos rebanhos e servindo de fonte de dispersão das moscas para multiplicação nas usinas. Além disso, nos últimos anos, vários surtos têm sido decorrentes do uso inadequado de adubos orgânicos, como a cama-de-frango e efluentes de suinocultura, agravando ainda mais a situação.
Algumas medidas simples que podem evitar uma infestação na sua propriedade:
Manter a higiene das instalações, limpando as fezes e restos alimentares, principalmente em propriedades com sistema de confinamento ou leiterias;
Remover e dar destino adequado (espalhamento ou compostagem) dos resíduos alimentares de animais, bem como de dejetos e matéria orgânica acumulada, pois representam fontes de criação de larvas de moscas;
Revolver o material de compostagem completamente duas vezes por semana e drenar a água da chuva.
Assim, estratégias de controle e prevenção devem ser direcionadas para a eliminação dos locais de criação da mosca, devendo ser incorporadas na rotina das fazendas e usinas. O manejo sanitário nas propriedades pecuárias é fundamental ao controle da mosca. Para o pecuarista, a recomendação principal é a remoção e o adequado destino dos resíduos alimentares e dejetos animais espalhados ao redor dos cochos, leiterias, etc.
Uma sugestão é realizar a compostagem dos resíduos, com posterior utilização como adubo. Ações complementares incluem também o controle de vazamentos e drenagem do terreno para evitar empoçamentos, particularmente próximos a cochos. Estas medidas são de baixo custo e contribuem significativamente na redução da população da mosca-dos-estábulos.
Fonte: Embrapa
Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)

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