A IRMÃ GÊMEA DA MENTIRA – Áudios resgatados na internet mostram contradições em falas de Herzem Gusmão em suposta defesa dos professores municipais; promessas de campanha caíram por terra

Costumam afirmar que a imprensa tem memória curta, mas em tempos de redes sociais ativas e grupos vigilantes de troca de mensagens, dificilmente essa velha máxima sobreviverá.

O resgate de promessas de campanha para confrontar com as práticas políticas atuais, por exemplo, é uma prova viva disso.

A mais recente são áudios recuperados, onde o então candidato a prefeito, Herzem Gusmão (MDB), dispara a sua voraz “metralhadora vocal” contra o que considerava desrespeito aos professores pela gestão Guilherme Menezes (PT).

Nas falas, que abaixo reproduzimos integralmente para dar sustentabilidade a esse texto, Herzem não poupava criticas à gestão “inimiga”, advogando aos microfones em favor dos professores.

             

Não se pensava em Deus. O foco era o poder. A todo custo, nem que fosse preciso vender a alma ao diabo, como se diz por aí. Os áudios são da campanha para prefeito, mas se tornaram atuais e fieis ao atual momento Vale a pena escutar.

            
Mal sabiam os profissionais da educação que um dia amargariam, na prática, e com Herzem prefeito, o que antes era ferozmente combatido.

Nada como o tempo para mostrar que a verdade sempre triunfa sobre a mentira, a irmã gêmea da promessa.

E ele, tempo, chegou implacável justamente quando a atual gestão experimenta uma justificada e legítima greve dos professores em favor da manutenção do Plano de Carreira e na defesa de direitos adquiridos em lei.

Agora se invoca o nome de Deus em vão: “Pelo amor de Deus, professores, não façam greve”, volta a repetir aos quatro ventos, como se o divino fosse mais um dos seus inúmeros nomeados na farra das terceirizações.

Para quem colocava o professor no pedestal, como valioso troféu de campanha, oferecer agora 2,7% de reajuste à categoria soa algo próximo semelhante a uma apropriação indébita.
 
             

O valor proposto está muito abaixo do repasse do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), que é de 6,81%. Para onde vão os 4,11%?

Sem acordo, desde março deste ano, a greve tornou-se inevitável. A partir desse sábado (21), mais de 43 mil estudantes sem atividades letivas; mais de dois mil professores fora das salas de aula e 184 escolas e 28 creches fechadas em Conquista. Está mudando? Sim, infelizmente para pior.

– Celino Souza, jornalista


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