A defesa da odontóloga Ana Luiza Souto Dompsin, 25, encontrada morta com um tiro na nuca dentro de sua casa no pequeno município de Divisa Alegre, nessa segunda-feira (22), apresentou novas versões para reforça a tese de feminicídio contra a vítima. Segundo os relatos, “a arma usada tinha 4 travas e uma pessoa destreinada não conseguiria manejá-la, além do tiro ter sido na nuca”.
O caso é apurado pela Polícia Civil de Minas Gerais e, por hora, duas linhas de investigação foram levantadas: suicídio, versão apontada pelo namorado, ou feminicídio – hipótese em que a família acredita. A reportagem tenta contato com a defesa do suspeito.
Procurada, a Polícia Militar de Minas Gerais afirmou que teve guarnições acionadas após receberem informações de que uma mulher fora baleada dentro de um imóvel e encontraram a dentista sem vida no local. O namorado, identificado como Amauri Araújo, é oficial da PM Baiana, lotado na 80ª Companhia Independente (CIPM/Cândido Sales).
Num perfil do policial em uma rede social, ele aponta que trabalha no Pelotão de Emprego Tático Operacional (Peto).
De acordo com a prima da odontóloga, Désirée Dompsin afirma que a família não acredita em suicídio e sim em um feminicídio cometido pelo policial militar. “No boletim de ocorrência Amauri disse que a Ana tirou a arma da cintura dele enquanto ele amarrava o cadarço e que saiu correndo e atirou na própria nuca. Não faz sentido nenhum”, relata.
A defesa sustenta ter havido mudança na cena do crime, “pois quando a PM chegou tinham colocado uma almofada embaixo da cabeça dela e mudado algumas coisas”. Diz, ainda, que o suspeito acionou o próprio irmão e depois a PM”.
Desirée desabafa: “A Ana era amada em toda a Divisa, a cidade decretou luto oficial de 3 dias pela morte dela. Também em Vitória da Conquista, onde ela fez faculdade, a prefeitura da cidade escreveu uma homenagem a ela. Todo mundo amava a Ana, ela era uma pessoa que tratava todo mundo com muita simpatia e carinho. As cidades estão inconformadas, a região toda está revoltada”.
Por fim, ele diz acreditar na condução das investigações. “Eu acredito que a polícia esteja fazendo um bom trabalho de investigação e que a justiça será feita, até porque há muitas pessoas honestas na corporação e não permitiriam sujar o nome da corporação por causa deste homem”.
Amaurí foi encaminhado à Delegacia de Divisa Alegre e relatou que ouviu um disparo quando estava sentado na cama. O disparo teria sido feito pela própria jovem contra sua cabeça. Ele conta que chegou a acionar o Serviço de Atendimento Movel de Urgência, mas Ana Luiza não sobreviveu.