SUDOESTE DIGITAL (Da redação) – No momento em que o Brasil atinge quase 115 mil mortos por covid-19 – um número alarmante – em algumas localidades a população vive como se não existisse pandemia.
É o caso de Ibicoara, no interior da Bahia, onde mais uma vez ocorreu eventos com aglomeração de pessoas.
Dessa vez o cenário foi a sede do município e envolveu não apenas o prefeito da cidade, Haroldo Aguiar (PSD) e seus apoiadores, mas também simpatizantes da oposição. No último sábado, dia 22, muitas pessoas ocuparam a praça central da cidade para demonstrar apoio aos seus respectivos candidatos.
Na ocasião o prefeito esteve presente. De acordo com o gestor, o evento foi promovido pela oposição, mas ele não justificou a sua participação.
O pré-candidato da oposição Gilmadson Melo (PSC), não participou do evento e afirmou não compactuar com esse tipo de atitude. Para Gilmadson, o isolamento social deve ser mantido até que exista uma forma de conter o avanço da covid-19.
“Esses eventos que promovem aglomerações são reflexo das atitudes do gestor atual, que incentiva tais atos e descumpre o próprio decreto municipal”, conclui.
E o problema não termina aí, além da aglomeração no momento de pandemia, houve ainda muita confusão entre os apoiadores dos dois grupos políticos. Algumas pessoas que estavam no local afirmam ter sofrido agressões.
É o caso da estudante Gabriela Giovanni, que recebeu chutes e pontapés enquanto filmava o evento. “Comecei a filmar outras agressões que estavam acontecendo e nesse momento vieram para cima de mim para tomar o meu celular, e aí começaram os chutes”, disse.
Situação parecida aconteceu com Gildasio Araújo, que disse não ter participado do evento e que estava no local por acaso. “Eu estava na praça para pegar um equipamento de trabalho com um amigo e deixei a minha moto estacionada. Quando voltei algumas pessoas me impediram de sair e, nesse momento um rapaz começou a me dar murros e acabei queimando a perna no escapamento da moto”, afirmou.
Os dois pré-candidatos a prefeito do município se posicionaram de forma contrária a essas atitudes de violência. O evento em questão foi uma aglomeração sem motivo definido, onde simpatizantes do pré-candidato Gilmadson Melo decidiram ocupar a praça central da sede do município, porém, os simpatizantes do gestor atual não queriam permitir a entrada do outro grupo. A partir desse momento as agressões começaram. Segundo o prefeito o carro de um dos seus motoristas foi alvo de vandalismo.
Ainda sobre as aglomerações o Ministério Público já havia notificado o prefeito, que participou de outros eventos descumprindo o isolamento social. Na ocasião o gestor foi orientado a não promover eventos que causem aglomeração e a seguir os termos do Decreto Municipal em vigor, sobre as medidas de enfrentamento ao coronavírus. Ele segue descumprindo as orientações.
Além de participar da aglomeração no dia 22, na sede do município, o prefeito também participou de outra reunião com os seus apoiadores no dia 23, na comunidade de Capão da Volta. “Foi um aniversário”, se limitou a dizer. E é possível perceber que o uso de mascarás foi bastante limitado. O próprio gestor não fez uso em nenhuma das ocasiões.
