Aos nossos olhos, bandidos, mas para a dileta Justiça, “adolescentes em conflito com a lei”. Respeitemos, pois.
E assim, do nada, seu castelo se desmorona, seus sonhos viram pesadelo e tem-se início a noites e noites insones, tentando entender o porquê disse tudo, a razão que levou você a entrar para a terrível lista das estatísticas policiais como vítima. Menos mal quando “vão-se os anéis e ficam-se os dedos”.
Você está vivo, foi poupado. Graças a Deus.
Mas, e se o seu “anjo da guarda” não estivesse de plantão e o marginal, além de assaltar, num gesto de sadismo – ofuscado pelas drogas – ainda puxasse o gatilho ou aplicasse um certeiro e fatal golpe de faca ? Deus nos livre. Amém. Esse é o nosso mundo cão, com chamas do inferno atiçadas pela voraz sede de drogas.
Lá se vai mais um patrimônio suado, honesto, ser transformado em pó (desculpe o trocadilho) ou em pedras de crack nas incontáveis bocas-de-fumo espalhadas pela cidade. Poderia acontecer em qualquer lugar do mundo, mas voltemos os olhos para o nosso próprio quintal: Vitória da Conquista, terceiro maior município da Bahia, com mais de 360 mil habitantes, com 200 homicídios contabilizados este ano e, como não poderia deixar de ser, refém do medo.
Multiplicam-se grades em portas e janelas, cercas elétricas em muros e diminui-se a eficácia do aparato policial. Culpa dos nossos gestores políticos, que preferem beneficiar municípios menores por conta de birras com adversários. Jequié tem mais policiais, em termos proporcionais, que Conquista.
Como fazer ecoar isso aos ouvidos do governador, se os nossos representantes (sic) estão amparados por seguranças particulares e não menos incapacitados assessores lambe-botas? Na falta de políticas públicas, resta-nos confiar em Deus e, que me perdoem os defensores dos direitos humanos para “humanos tortos”, mas o fim de quem se envereda pelo caminho tortuoso é cadeia ou cemitério.
Nos últimos dias, a propósito, a segunda opção tem sido a mais eficaz para erradicar do seio social alguns jovens que querem pagar de bacana, tirar onda de playboy e príncipes da luxúria e ostentação. De que adianta curtir baladas, praias, whiskies importados, carros rebaixados e com som de trio, se não se pode chegar aos 18, 20, 25 anos de idade ?
Não se iludam, meus jovens em conflito com a lei, praticando atos infracionais análogos aos delitos de roubos e homicídios. “A vida não é brincadeira, se vacilar, vira peneira”, alerta a letra de um funk proibido. Saia enquanto é tempo. Lutem, trabalhem, estudem e, se não conseguir realizar seu sonho de carro do ano e cordão de ouro, pelo menos dê orgulho ao seu pai, sua mãe, seus amigos. Ser pobre não é defeito. Defeito é roubar, já dizia minha saudosa mãe.
Hoje você pode até gritar para a sua vítima e viver da ilusão do seu roubo ou do seu vício, mas logo, logo será você. E então ? Vai aceitar o conselho ou vai esperar seu algoz revidar e, em vez dele, você escutar pela última vez: – Perdeu, perdeu ?